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"A Grande Virada é um fato. E está rolando."




sábado, 31 de março de 2012

Serginho Martins consegue mais R$ 100 mil para a Saúde

O Deputado Federal Guilherme Mussi (PSD) foi o responsável pela Emenda que garantiu os recursos

No último dia 23 de março, o vereador Serginho Martins recebeu ofício da Câmara dos Deputados informando a liberação de recursos destinados à estruturação da Rede de Serviços de Atenção Básica de Saúde em nosso município.

Porto Ferreira foi contemplado recursos do Orçamento Geral da União (OGU), via Emenda Parlamentar de autoria do deputado Guilherme Mussi, do PSD e que totalizam 100 mil reais.

Os valores permitirão a aquisição de dois veículos para as equipes do Programa Saúde da Família (PSF) e um para o Programa de Atenção Domiciliar. Os veículos para as equipes do PSF auxiliarão nas visitas domiciliares, encaminhamento de pacientes para outras unidades e cursos de capacitação de funcionários. O veículo da atenção domiciliar será utilizado para a realização de visita multidisciplinar para pacientes acamados ou impossibilitados de locomover-se até a Unidade de Saúde mais próxima.

Esta semana, Serginho esteve em visita ao Departamento Municipal de Saúde, e pôde levar a notícia pessoalmente ao Diretor Fábio de Souza Lima, que agradeceu o esforço do vereador e a boa vontade do deputado Guilherme Mussi para com o município de Porto Ferreira.

“Os recursos conquistados pelo Serginho vem em muito boa hora, pois necessitávamos dos veículos para prestar um serviço de melhor qualidade à população. Além do vereador, agradeço também ao deputado Guilherme Mussi, que demonstrou muita sensibilidade e carinho por nossa cidade”, destacou o Dr. Fábio.

Já o prefeito Mauricio Rasi, disse não estar surpreso com o gesto do deputado: “Conheço o deputado Guilherme Mussi e sei de suas imensas qualidades. Não me surpreende que, num gesto de imensa grandeza, ele destine uma de suas emendas a Porto Ferreira. É preciso destacar que o deputado demonstrou um profundo senso republicano, pois, mesmo não pertencendo ao partido do Serginho (PCdoB) e ao meu (PT), lutou para que os recursos viessem para Porto Ferreira. Na próxima semana estarei em Brasília e farei questão de lhe dar um abraço”.

Prefeitura subsidiará Associação de Estudantes

Prefeito Mauricio Rasi, Serginho Martins e o presidente da Associação dos Estudantes, Márcio Roberto Silva
Repasse será para auxiliar no custeio de transporte

Atendendo a uma reivindicação do vereador Sérgio Martins (PCdoB), o qual recebeu pedido dos estudantes de Porto Ferreira, por meio da Associação Ferreirense de Estudantes, presidida por Márcio Roberto Silva, o prefeito Maurício Rasi vai apresentar projeto de lei na Câmara Municipal para pagamento de subvenção à entidade.

O valor de até R$ 25 mil será pago até o final do ano e será rateado aos alunos que estudam em vários campi da região, desde que não tenha a opção do curso dentro do município.

O subsídio servirá para reduzir o custo que os universitários e técnicos têm com transporte para locomoção de Porto Ferreira a várias cidades da região, quando vão em busca de ensino superior ou curso profissionalizante.

“É um valor até baixo diante dos custos e das necessidades que os estudantes têm. A gestão do vereador Serginho foi de grande valia no projeto, que após a formatação e verificação detalhada de toda a legalidade, faremos o envio ao Legislativo”, comentou o prefeito.

Após toda a formatação do projeto, seus trâmites jurídicos e a regularização da Associação, no que se refere à prestação de contas de anos anteriores, o documento será enviado para apreciação, discussão e aprovação do Legislativo, o que deverá acontecer nos próximos dias.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Falar com o Lula faz bem para a alma

Já passava das nove da noite quando o telefone tocou. Era o Sandro, filho do Lula: "Meu pai quer falar com você". Antes dele, entrou na linha a amiga Marisa para reclamar que eu não tinha ligado, e ficamos um tempão conversando, enquanto o ex-presidente falava em outra linha.

Claro que eu já sabia da bela notícia de que o tumor na laringe de Lula tinha desaparecido, mas eles queriam me contar. Somos amigos faz mais de trinta anos. "Por que você não ligou pra nós?", cobrou Marisa, que sempre cuidou de mim nas muitas viagens que fizemos juntos ao longo da vida.
Lula tinha acabado de aparecer nos telejornais falando como Marisa tinha sido importante na sua recuperação. Só ela não viu porque estava atendendo ao telefone que não parava de tocar.

Pois é, não liguei para a casa deles porque imaginei que meio mundo estava fazendo isso e não queria incomodar. Ao ouvir a felicidade de Lula de própria voz, depois dos exames que fez nesta quarta-feira, fiquei emocionado como eles e me lembrei dos muitos momentos difíceis que passamos juntos nas campanhas eleitorais e no governo.
No fim, dá tudo certo, a gente costumava dizer um para o outro nestas horas duras, que não foram poucas, desde que Lula trocou a pacata vida de operário pela de líder político.
Deu certo mais uma vez. Aos muitos amigos comuns que me ligaram nos últimos dias e semanas para saber como estava o Lula, posso garantir, independentemente de boletins médicos, que o astral dele está muito bom e que não vê a hora de voltar à vida política.
Me perguntou o que achei e contou que ficou contente com o encontro que teve na véspera com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Eles são adversários políticos, mas nunca deixaram de ser amigos, ainda mais nestas horas.

Lula ainda precisa de alguns dias para recuperar a força e a voz que perdeu por causa do tratamento de radioterapia, mas agora falta pouco, e ele não vê a hora de entrar com tudo nas campanhas do PT, principalmente na de São Paulo, que virou seu grande desafio.
O amigo ex-presidente sempre viveu de desafios, de remar contra a maré, contrariar o senso comum, mirar o impossível. Falar com ele faz bem para o coração e a alma, ainda mais num dia em que mais uma vez Lula sai vencedor de uma dura batalha.

Fiquei na dúvida se deveria escrever aqui no Balaio sobre essa nossa conversa, mas não queria deixar de dividir com todos os leitores a alegria que sinto por ter falado agora há pouco com esta grande figura num dia tão importante na vida dele e, com certeza, na de todos nós, brasileiros, que acreditamos no Brasil.

Valeu, amigo Lula, bola pra frente, vida que segue.

Texto: Jornalista Ricardo Kotscho

Fonte: Balaio do Kotscho.

Manifestação contra a privataria da TV Cultura!



Entidades denunciam desmonte geral da rádio e TV Cultura, defendem retomada de programas extintos, democratização do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta, pluralismo, diversidade na programação e uma política transparente e democrática para abertura à programação independente.

As rádios e a TV Cultura de São Paulo se consolidaram historicamente como uma alternativa aos meios de comunicação privados. As rádios AM e FM ficaram conhecidas pela excelente programação de música popular brasileira e de música clássica. A televisão criou alguns dos principais programas de debates de temas nacionais, como o Roda Viva e o Opinião Nacional, e constituiu núcleos de referência na produção de programas infantis e na de musicais, como o Ensaio e o Viola, Minha Viola. As emissoras tornaram-se, apesar dos percalços, um patrimônio da população paulista.

Contudo, nos últimos anos, a TV e as rádios Cultura estão passando por um processo de desmonte e privatização, com a degradação de seu caráter público. Esse e outros fatos se destacam:

- mais de mil demissões, entre contratados e prestadores de serviço (PJs);

- extinção de programas (Zoom, Grandes Momentos do Esporte, Vitrine, Cultura Retrô, Login) e tentativa de extinção do Manos e Minas;

- demissão da equipe do Entrelinhas e extinção do programa, sem garantias de que ele seja quadro fixo do Metrópolis;

- aniquilação das equipes da Rádio Cultura e estrangulamento da equipe de jornalismo;

- enfraquecimento da produção própria de conteúdo, inclusive dos infantis;

- entrega, sem critérios públicos, de horários na programação para meios de comunicação privados, como a Folha de São Paulo;

- cancelamento de contratos de prestação de serviços (TV Justiça, Assembleia e outros);

- doação da pinacoteca e biblioteca;

- sucateamento da cenografia, da marcenaria, de maquinaria e efeitos, além do setor de transportes.

Pela sua composição e formato de indicação, o Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta não tem a independência necessária para defender a Cultura das ações predatórias vindas de sua própria presidência. Mesmo que tivesse, sobre alguns desses pontos o Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta sequer foi consultado.

Não podemos deixar esse patrimônio do povo de São Paulo ser dilapidado, vítima de sucateamento promovido por sucessivas gestões sem compromisso com o interesse público, seriamente agravado na gestão Sayad.

Nesse momento, é preciso afirmar seu caráter público e lutar pelos seguintes pontos:

- Contra o desmonte geral da rádio e TV Cultura e pela retomada dos programas.

- Em defesa do pluralismo e da diversidade na programação.

- Por uma política transparente e democrática para abertura à programação independente, com realização de pitchings e editais.

- Pela democratização do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta

Apoio:
Gilberto Maringoni
Hamilton Octavio de Souza
Ivana Jinkings
Joaquim Palhares – Carta Maior
Laurindo Lalo Leal Filho
Luiz Carlos Azenha – blog Vi o Mundo
Luiz Gonzaga Belluzzo
Renato Rovai – Revista Fórum e Presidente da Altercom
Rodrigo Vianna – blog Escrevinhador
Wagner Nabuco – Revista Caros Amigos
Emir Sader
Flávio Aguiar

Altercom - Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação
Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé
CUT – Central Única dos Trabalhadores
Frente Paulista pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação
Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social

domingo, 18 de março de 2012

São Manoel Poderá Permanecer sem Área de Lazer


VEREADOR Serginho Martins QUER DEBATER ASSUNTO COM Prefeito, MINISTÉRIO PÚBLICO E CETESB

Informações dão conta de que o bairro São Manoel, localizado a oeste do município, poderá continuar sem área de lazer, pois, segundo funcionários do Departamento de Obras, o Ministério Público determinou o fechamento do local que poderia se transformar num espaço de prática esportiva e lazer.

Na sessão ordinária da Câmara Municipal, ocorrida na última segunda-feira, 12, o vereador Serginho Martins encaminhou requerimentos ao prefeito municipal, ao Ministério Público e à Cetesb propondo a realização de uma reunião, com a presença dos vereadores, a fim de tratar do assunto.

O parlamentar argumenta que o lazer e a prática esportiva representam um direito do cidadão, “constante tanto na Constituição Federal, como na Lei Orgânica Municipal e que é dever do estado – neste caso, o município – oferecer locais adequados a estas práticas”.

Para Serginho, a solução seria utilizar a citada área, localizada ao norte do bairro – Rua Silvio Arnoni –, onde existe uma Área de Preservação. O local poderia se transformar numa micro-área de lazer, com um campo de futebol society e área de recreação para crianças. De acordo com o gerente da Cetesb de Pirassununga, “é possível realizar estudos quanto à liberação local para o fim em questão, porém algumas compensações ambientais deverão ser efetuadas pela prefeitura”, caso isso se concretize.

Ocorre que, segundo informações do Departamento Municipal de Obras, o Ministério Público determinou o fechamento imediato do local, restringindo por completo o acesso dos moradores e impossibilitando a utilização de um espaço onde os moradores do bairro poderiam ter a oportunidade de prática esportiva, como atividade social, de manutenção e promoção de saúde ou como forma de ocupar seu tempo livre.

“Quero deixar claro que não estou questionando a ação do Ministério Público, nem tão pouco querendo transformar uma APP em Campo de Futebol, como algum maluco poderia sugerir, quero apenas discutir o assunto para que, juntos, possamos encontrar uma solução para este empasse”, salientou o vereador.

Um fato chamou a atenção de todos durante a votação do Requerimento pelo plenário da Câmara: o voto contrário de um dos vereadores, o qual argumentou que não poderia aprovar o documento, pois, para ele, a Câmara estaria concordando com a extinção da área de preservação. Porém, reafirma Serginho, “não quero extinguir a APP! Quero apenas debater e buscar alternativas, o que inclui a possibilidade da prefeitura adquirir um outro terreno que possa abrigar uma área de lazer para o São Manoel”.

Para  Serginho, a atitude deste vereador demonstra que ele não é muito afeto às questões do esporte, lazer e cultura. Em outra ocasião, já havia votado contra os Projetos de Lei que criavam os Departamentos de Esporte e Cultura – uma antiga reivindicação dos atletas, técnicos desportivos e artistas ferreirenses e que foi, enfim, atendida pelo prefeito Mauricio Rasi. Recentemente criticou o investimento que o Ministério do Esporte está fazendo no estádio municipal “José de Oliveira Mafra”e que busca a melhoria das condições de uso e segurança de seus frequentadores, em sua maioria, crianças e adolescentes, além dos moradores da tradicional Vila Salgueiro.

“Apoio quem critica a demora na finalização das obras no estádio, pois isso é uma realidade. Mas o atraso ocorre em função de problemas administrativos com a empresa construtora, tanto é que a prefeitura será obrigada a realizar novo processo licitatório. Mas não concordo quando alguém tenta limitar as ações do poder público local quanto aos investimentos no esporte”, finalizou Serginho.

Para ele, pessoas que são contra o esporte não devem saber que, segundo dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Sociedade Brasileira de Pediatria “para cada dólar investido no esporte são economizados cerca de três dólares nas ações de saúde”.

Serginho Martins quer o Programa Segundo Tempo no Águas Claras


Vereador que trouxe o programa para Porto Ferreira propõe ampliação no atendimento
   
Durante sessão ordinária da Câmara Municipal, o vereador Serginho Martins encaminhou um requerimento ao prefeito municipal solicitando que estude a possibilidade de instalar um núcleo do Programa Segundo Tempo no bairro Águas Claras. O requerimento foi aprovado por unanimidade dos vereadores presentes.

No texto do documento, Serginho justifica que o Segundo Tempo é um programa estratégico do governo federal, que tem por objetivo democratizar o acesso à prática e à cultura do Esporte de forma a promover o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens, como fator de formação da cidadania e melhoria da qualidade de vida, prioritariamente em áreas de vulnerabilidade social. Foi implantado no município de Porto Ferreira em 2006 e atende um total de 1.000 crianças e adolescentes, divididas em 10 núcleos situados em bairros da cidade.

O próprio vereador foi o responsável pela vinda do programa para Porto Ferreira. Quando do primeiro mandato do prefeito Mauricio Rasi, Serginho chefiou a Seção Municipal de Esportes e, graças às articulações realizadas por ele junto ao Ministério do Esporte, foi possível a implantação deste importante projeto em nossa cidade.

Além de enviar o Requerimento, Serginho procurou pessoalmente o diretor do Departamento Municipal de Esporte e Lazer, Carlos Eduardo Romano, o Kadú, e os coordenadores do programa, Rejane Lucato e Rodrigo Martins, o Foguinho. Todos se mostraram bastante interessados em atender ao pedido, pois entendem que o Águas Claras tem todas as condições de receber o núcleo. Kadú afirmou que “o Departamento tem como meta a implantação do Segundo Tempo em todos os bairros que possuírem estrutura adequada e onde exista demanda. O Águas Claras se enquadra nestas características e, depois de realizarmos alguns estudos, muito provavelmente o vereador Serginho terá sua sugestão acolhida.”

Serginho ressaltou os motivos que o levaram a solicitar o núcleo para o Águas Claras: “trata-se bairro onde reside grande número de crianças e adolescentes e o Segundo Tempo visa justamente o atendimento a esta faixa etária. Visa, sobretudo, a formação integral desta população, através do desenvolvimento de atividades esportivas e educacionais. Além disso fui procurado por uma liderança do bairro – o Cebola – que apresentou tal solicitação. Aliás, faço questão de salientar que o bairro está muito bem representado por lideranças como o Guerino, o Lemão, o próprio Cebola e outros tantos que, realmente, dedicam seu tempo às causas da comunidade.”


Em nome das crianças e adolescentes do bairro, agradeço ao Prefeito Mauricio Rasi, ao Carlos Eduardo Romano (Kadu), à Fernanda Stocco, à Rejane Lucato e ao Rodrigo (Foguinho), que atenderam a minha solicitação. O núcleo já foi instalado!

sexta-feira, 16 de março de 2012

Audiência Pública para discussão do Plano de Carreira e Estatuto do Magistério

A Comissão de Justiça e Redação da Câmara Municipal promoverá Audiências Públicas para debater os Projetos de Lei que tratam do Plano de Carreira e do novo Estatuto do Magistério Público Municipal.

A solicitação, encaminhada por mim, foi subscrita pelos vereadores Maguila, Berque e Ripa e aprovada por unanimidade do Plenário.

Veja cópia do Requerimento - Página 1

Página 2


Nesta segunda-feira todas as Unidades Escolares receberão cópia do convite abaixo:


Porto Ferreira, 16 de Março de 2.012
Ofício n.º 01/2012 - CJR

Senhor(a) Diretor(a),

A Comissão de Justiça e Redação da Câmara Municipal convida a todos os profissionais do magistério municipal a participarem das Audiências Públicas que serão realizadas na Câmara Municipal, quando discutiremos os Projetos de Lei que tramitam no legislativo municipal e que tratam do Plano de Carreira e do Estatuto do Magistério Público Municipal.

A fim de agilizarmos e facilitarmos os debates, solicitamos que a unidade educacional indique três professores(as), os(as) quais farão parte de uma Comissão de Representação do corpo docente municipal que participará dos debates junto aos vereadores. Informamos, porém, que o evento estará aberto a todos, mesmo àqueles que não componham a citada comissão.

Informamos que as Audiências Públicas oficiais da Câmara Municipal têm o apoio de todos os vereadores, objetivando a construção de uma Lei que consiga abranger os interesses do poder público municipal, dos profissionais da categoria (magistério), dos pais e alunos e, por fim, de toda a sociedade ferreirense.

Os dois Projetos estão disponíveis no site da Câmara. As dúvidas e sugestões levantadas pela U.E. deverão ser encaminhadas por e-mail à Comissão de Justiça e Redação (cjr@camaraportoferreira.sp.gov.br), com pelos menos, três dias de antecedência da realização das Audiências Públicas, que ocorrerão na Câmara Municipal, inicialmente agendadas para os dias 04, 11 e 18 de abril, com das 19 às 21 horas.

Colocando-nos a disposição para maiores esclarecimentos e contando com a presença de vossos representantes nas audiências, agradecemos e enviamos nossos cordiais cumprimentos.

Cordialmente,

Sérgio Martins             Luiz Antonio de Moraes "Maguila"           Élcio Arruda
Presidente                   Secretário                                                  Membro

segunda-feira, 12 de março de 2012

Mulheres jovens: políticas públicas para garantir direitos!

Vivemos um momento importante no Brasil. Neste ano de 2012, celebramos 80 anos da conquista do voto feminino e somos governadas por uma mulher a frente da presidência da República. Isso não é pouca coisa. É simbólico para uma nova geração de brasileiras verem-se representadas no cargo máximo do país. Mas, como disse nossa presidenta em pronunciamento recente, “não nos prenderemos num discurso triunfalista”. Ainda há muitos desafios a serem superados.

Ainda há uma ideologia que naturaliza as relações sociais e de poder, constituindo uma rígida divisão entre mulheres e homens. Enquanto aos meninos é delegada a tarefa, desde sua educação, do sustento e de serem públicos, às meninas é reservado um papel secundário, que é o do lar e do cuidado.

Além disso, o tempo todo somos bombardeadas para buscar um suposto padrão perfeito do ser mulher. É preciso ser magra, altas, com cabelos longos e a estarmos preparadas o tempo todo para qualquer “situação de emergência” que aparecer. O estilo de vida da super-mulher, aquela que é mãe, profissional, mulher gostosa 24 horas por dia é vendido como se fosse a conquista da independência da mulher em nossa sociedade. E os resultados disso são os piores. Num breve exemplo, nosso país é segundo lugar no ranking de cirurgia plástica, aumento de jovens sofrendo com transtornos alimentares, aumento no número de cirurgias de redução de estômago.

A falta de discussão adequada – feita de modo leve, sem preconceitos e tabus – sobre a sexualidade, faz com que hoje os jovens sejam o grupo que tem maior aumento na incidência de HIV, além do alto número de grávidas adolescentes.

As mulheres ainda ganham menos que os homens, exercendo as mesmas funções. As mulheres negras passam por um quadro pior: recebem apenas 75% do que ganha uma mulher não-negra. As mulheres jovens enfrentam o problema do trabalho precarizado e, em sua maioria, sem carteira assinada. Faltam creches e não há lavanderias públicas. A consequência disso é a mulher sofrendo uma dupla e até tripla jornada, se consideramos as mulheres estudantes.

É preciso construir um outro patamar nas relações entre mulheres e homens, que tenha como marca a igualdade rumo a uma sociedade realmente democrática, sem qualquer forma de preconceito. Uma nova sociedade que não se sustente na subordinação e dependência das mulheres em relação aos homens, mas em relações sociais justas e igualitárias.

Garantir políticas públicas que, necessariamente, caminhem na direção da igualdade (com distribuição de renda e poder) e na construção de uma cidadania realmente democrática e plena é fundamental no apontamento desta nova sociedade que queremos.

Vivemos hoje no país um recrudescimento e verdadeira ofensiva dos setores conservadores quanto os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. Controlar o corpo e a sexualidade das mulheres tem sido a sustentação da opressão feminina.

Combinar a disputa ideológica, que precisamos enfrentar, com a formulação e execução de políticas públicas que garantam, reafirmem e consolidem essa disputa é necessário. Às mulheres deve ser garantido o respeito e o direito de exercer a sua sexualidade, a escolha de parceiros e parceiras, o uso de contraceptivos e, no caso de gestantes, o direito ao pré-natal e ao atendimento humanizado. As políticas públicas de saúde são estratégicas, principalmente para as jovens mulheres. Garantir a distribuição de preservativos, numa permanente política casada com grupos de discussão, distribuição da camisinha feminina – que garante maior autonomia e proteção para as meninas, sem depender de seus parceiros – , a garantia da distribuição da pílula do dia seguinte, anticoncepcionais e equipes de profissionais preparados para debater com os jovens sem tabus, já é um começo e apontamento importante nesta disputa.

Políticas públicas não são neutras. Num governo democrático, popular e de esquerda, elas devem caminhar no sentido das mudanças, além de serem construídas em constante diálogo entre governos, movimentos sociais e sociedade civil organizada.

Juliana Borges é militante do PT. Foi diretora de comunicação da UEE-SP (2009-2011) e da direção municipal da JPT Sampa.

sábado, 10 de março de 2012

Lei da Ficha Limpa. Alguém seria contra?


Muito nobre a preocupação no meu colega Rômulo Rippa, que mesmo apoiando um FICHA SUJA na última eleição a prefeito, agora propõe um Projeto de Lei de FICHA LIMPA para funcionários comissionados. Devo parabeniza-lo pela sua coerência.
Porém, neste caso, a cidade não necessita de mais uma Lei para tratar do assunto. Talvez o Rômulo não tenha observado que a nossa Lei Orgânica já prevê essa proibição (constante na Lei de Ficha Limpa, aprovada recentemente pelo Congresso Nacional). Veja abaixo o que diz o Artigo 117.
Artigo 117 - A primeira investidura em cargo ou emprego público depende sempre de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. O prazo de validade do concurso será de até 02 (dois) anos, prorrogável por uma vez, por igual período.
Parágrafo Único – Para a nomeação de funcionários em cargos de Comissão, aplicam-se os mesmos impedimentos dos Vereadores e secretários Municipais.
Parágrafo Único - Para a nomeação de funcionários em cargos de
Comissão, aplicam-se os mesmos impedimentos dos Vereadores e
Secretários Municipais. oneração. O prazo de validade do concurso será de até 02 (dois) anos, prorrogável por uma vez, por igual período.
Parágrafo Único - Para a nomeação de funcionários em cargos de
Comissão, aplicam-se os mesmos impedimentos dos Vereadores e
Secretários Municipais.
Se os vereadores Ficha Suja são impedidos de ocupar cargo público, os funcionários em Cargo em Comissão também.
Esclarecido? Me coloco a seu dispor para maiores informações. Um forte abraço a todos.

sexta-feira, 9 de março de 2012

O Dia Internacional da Mulher em imagens

O Dia Internacional da Mulher foi marcado por protestos políticos e celebrações.

Uma mulher corre para ajudar outra caída no chão, em Ramallah, após ter sido atingida por um canhão de água usado por tropas israelenses para dispersar uma manifestação do Dia Internacional da Mulher e em favor de um prisioneiro palestino em greve de fome há 22 dias. (AP Photo/Majdi Mohammed).
Mulheres gritam slogans contra o Conselho Militar egípcio antes de participar de uma manifestação com outras mulheres no Dia Internacional da Mulher, no Cairo. (Reuters/Mohamed Abd El Ghany).
Manifestantes se reúnem na Ponte Millenium, em Londres, na campanha “Join Me on the Bridge 2012”, a maior campanha mundial em defesa dos direitos da mulher.
Mulheres protestam em Concord, New Hampshire, contra a maioria republicana que votou uma lei quarta-feira que permite que empregadores excluam o fornecimento de anticoncepcionais de seus planos de saúde, por razões religiosas. A Câmara local aprovou a proposta por 196 votos a 150 e agora ela irá para o Senado. (Jim Press Cole /Associated Press).
Trabalhadoras sul-coreanas gritam slogans durante manifestação do Dia Internacional das Mulheres em Seul, Coréia do Sul. Os cartazes dizem: “Preservar um salário mínimo e contratar mais empregados temporários”.
Integrantes do partido Die Linke (A Esquerda) durante reunião no Parlamento alemão dedicada ao Dia Internacional da Mulher. O partido enviou apenas mulheres, portando um lenço lilás, para participar do debate.
Mulher palestina participa de uma marcha, em Ramallah, convocada para marcar o Dia Internacional da Mulher e para manifestar solidariedade com a palestina presa Hana Shalabi, que está em greve de fome (Mohamad Torokman/Reuters).
Hassina, uma sobrevivente de um ataque com ácido, participa de uma manifestação contra a violência contra as mulheres, em Dhaka, Bangladesh (Andrew Biraj/Reuters).
Mais de mil trabalhadoras participam de uma manifestação em Seul, Coréia do Sul, para marcar a passagem do Dia internacional da Mulher.
Manifestantes carregam cartazes em uma manifestação do Dia Internacional da Mulher em Kathmandu, no Nepal (Rajendra Chitrakar/Reuters).
Mulheres do Camboja participam de caminhada do Dia Internacional da Mulher em Phnom Penh.
Mulher escreve “Eu não preciso de sua ajuda, mas sim que assuma sua responsabilidade” durante manifestação do Dia Internacional da Mulher em Sevilha, Espanha (Cristina Quicler/AFP)
Milhares de integrantes do grupo feminista Gabriela marcham perto do palácio presidencial, em Manila, Filipinas, em protesto contra o recente aumento do preço da gasolina e de outros produtos. Um dos cartazes diz: “Fim da conivência do regime Aquino com o cartel do petróleo” (Romeo Ranoco/Reuters).
  Natyavathi (centro), primeira mulher a dirigir um trem na Índia, dirige um trem em uma cerimônia para marcar o Dia Internacional da Mulher. Lideranças da ONU pediram maior igualdade entre os sexos em meio a manifestações e marchas pelos direitos das mulheres (Noah Seelam/AFP Photo).
Estudantes iraquianas vestem tradicionais roupas curdas para celebrar o Dia Internacional da Mulher na cidade de Arbil Thursday, no norte do Iraque. (Safin Hamed/AFP).
Ativistas correm para fugir de uma bomba de gás disparada por tropas israelenses, em Ramallah, durante manifestação em favor da prisioneira palestina Hana Shalabi, em greve de fome a 22 dias (Majdi Mohammed/AP).
Trabalhadoras participam de uma manifestação em frente ao prédio das Nações Unidas em Bangkok, pedindo melhores condições de trabalho e igualdade de direitos. (Chaiwat Subprasom/Reuters).
Integrantes da organização Women for Rights gritam slogans durante um protesto contra o custo de vida e a violência contra as mulheres em Colombo, Sri Lanka.

Fonte: Sonhos Comuns.



quinta-feira, 8 de março de 2012

Relator desafia comissão da Câmara a aprovar reforma política

O deputado Henrique Fontana (PT-RS) propõe a aprovação, nesta terça (6), do texto base que irá apresentar, com a proposta de adoção do financiamento público de campanha e do sistema de lista flexível para votação. Mas assegura que aceitará incluir no seu relatório os destaques apresentados pelos partidos que forem vitoriosos na votação. “O que não podemos é continuar empurrando o assunto com a barriga”, disse ele.

Várias variantes podem fazer com que a votação do projeto de reforma política, prevista para ocorrer nesta terça (6), seja, mais uma vez, postergada pelos membros da comissão especial criada pela Câmara para estudar o tema. Os deputados tanto podem pedir mais prazo para avaliar o relatório final do deputado Henrique Fontana (PT-RS), que sofreu novas alterações, quanto podem decidir engavetá-lo de vez e repassar a decisão final à população, por meio de um plebiscito, como propõe o grupo liderado pelo deputado Miro Teixeira (PDT-RJ).

O relator da matéria, porém, promete usar toda a sua habilidade política para garantir a votação imediata. “O Brasil precisa muito de uma reforma política. É por isso que eu desafio os partidos a votarem o relatório. Eu já me comprometi, inclusive, a aceitar todos os destaques que forem apresentados e submetê-los ao voto. O que não podemos é continuar empurrando o assunto com a barriga”, disse ele à Carta Maior.

A proposta de Fontana é que seu texto seja aprovado, na íntegra, para que, depois, as controvérsias, apresentadas na forma de destaques, sejam definidas em votação. O relatório prevê que, aprovada na Câmara, no Senado e sancionada, a lei seja submetida a um referendo, já agendado para o segundo semestre de 2013, para que a população dê ou não seu aval às mudanças.

“A característica do referendo é apresentar uma proposta concreta para que o eleitor avalie se a aprova ou se prefere manter tudo como está”, explica. Já o plebiscito é justamente o contrário: de tão genérico, ele torna-se inviável. Como nós iremos consultar a população, por exemplo, sobre sistema de governo? São, pelo menos, cinco, e cada um deles tem outras muitas variantes”, afirmou.

O relatório que será apresentado nesta teça (6) é a quinta versão elaborada pelo relator que, na busca de conseguir maioria para levá-lo à votação, já promoveu as mais diversas modificações no seu conteúdo, desde que a comissão foi criada, há um ano. O que permanece inalterado é a proposta de adotar o financiamento público das campanhas eleitorais, o que, segundo o deputado, irá diminuir a corrupção e proporcionar que candidatos sem recursos concorram em condições de igualdade com os demais.

Pela proposta, o financiamento das campanhas será 100% público, com forte redução dos custos e teto pré-definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), um ano antes de cada eleição. Também há previsão de punições para o candidato que usar “caixa dois” para tentar burlar a norma. Atualmente, o Brasil adota o sistema de financiamento privado de campanha.

Quanto à votação, o relatório propõe a adoção do sistema de lista flexível. O eleitor votará apenas em um candidato ou em uma legenda, como já é feito hoje. A diferença é que, na hora da apuração, os votos dados para as legendas irão para os candidatos ordenados em listas pré-fixadas pelos partidos, por meio de consulta democrática entre os filiados. E não para os mais votados no pleito, como é hoje. “Os partidos apresentarão uma lista pré-ordenada, mas os eleitores terão o poder para mudar essa ordem”, explicou Fontana.

De acordo com ele, o sistema já é amplamente utilizado, com sucesso, em países como Dinamarca, Bélgica, Finlândia e Holanda. “Esse formato fortalecerá a democracia interna dos partidos”, avaliou.
Fonte: Najla Passos


terça-feira, 6 de março de 2012

Entrevista Esclarecedora de Paulo Henrique Amorin


Reproduzimos abaixo a íntegra da entrevista que o jornalista e blogueiro Paulo Henrique Amorim concedeu ao boletim “Classe”, do Rio de Janeiro.

Classe: Nos fale um pouco sobre sua origem e sua trajetória na imprensa brasileira.

Paulo Henrique Amorim - Eu praticamente nasci como jornalista, no sentido de que o meu pai era jornalista. Ele enfrentou a censura da ditadura Vargas e trabalhou com o então jornalista Mário Martins, depois senador, e hoje conhecido como pai do Franklin Martins, do Vítor e da Ana Maria Machado. Meu pai levava para a casa aquelas folhas em que se desenhava o jornal. E eu praticamente me alfabetizei preenchendo essas páginas de jornal que o meu pai levava. Aí quando eu fui para a escola já estava praticamente alfabetizado.

Classe: Você é carioca de onde?

PHA - Sou carioca da Glória, mas me criei na Zona Norte. Marechal Hermes, Vila Kosmos, Cascadura, naquela região ali.

Classe: Ao criar o blog Conversa Afiada, você chegou a imaginar que ele faria o sucesso estrondoso que faz?

PHA - Não. O blog nasceu, na verdade, mais por uma preocupação tecnológica minha. Eu sempre tive, como jornalista, desde o comecinho, uma angustia que me perseguia, que era a necessidade de nunca me deixar atrasar tecnologicamente. Eu sempre quis estar na tecnologia da frente. Eu me lembro que ficava angustiado porque nunca tinha feito televisão. Depois, fiquei angustiado porque não tinha feito internet. Eu não pretendia fazer um blog necessariamente político, um blog necessariamente afiado. Eu sempre acreditei que ser jornalista é ser repórter. Ser jornalista é dar informações originais ou mostrar acontecimentos de um ângulo original. Sempre em busca de oferecer informação, porque numa sociedade democrática a informação é um bem precioso. Você permite que as pessoas com mais informação decidam melhor. Seja como eleitor, seja como pai, seja como membro de uma comunidade, seja como empreendedor, seja como consumidor, etc, etc.

Classe: Que balanço você faz do estágio atual da luta pela democratização das comunicações no Brasil?

PHA - O estágio atual é de desalento. De desalento e decepção. O presidente Lula governou debaixo de vara. A imprensa brasileira, que no meu site eu chamo de PIG, tratou o Lula de uma forma vergonhosamente parcial. E o Lula foi incapaz de tomar qualquer providência para criar os mecanismos institucionais que permitissem oferecer ao público uma visão alternativa do que estava acontecendo. Aos 44 do segundo tempo, Lula pediu ao Franklin para fazer um projeto de lei. Ele deu apoio à Confecom, a Confecom apresentou todas as ideias que seriam necessárias apresentar. O Franklin fez uma série de seminários e reuniões para buscar, inclusive, o testemunho e o reconhecimento de organizações internacionais que tratam da questão do marco regulatório. Isso foi consubstanciado num projeto de lei, numa série de propostas que o Franklin entregou educadamente ao seu sucessor, o Paulo Bernardo, o que acho que o Franklin fez muito bem. O Paulo Bernardo fez críticas deselegantes ao projeto, com palavras que a boa educação não recomendam.

Classe: A rigor, ele sentou em cima do projeto.

PHA - Ele sentou em cima e colocou debaixo dos projetos que o Sérgio Motta fez para o Fernando Henrique. O Sérgio Motta fez três projetos de marco regulatório da mídia, e o FHC jogou os três fora. Jogou fora não, botou na gaveta. E debaixo desses três do Sérgio Motta, o Paulo Bernardo botou o do Franklin. Eu acho que os primeiros sinais que a presidenta Dilma deu neste sentido foram decepcionantes. A primeira coisa que ela fez foi ir ao aniversário da Folha. A primeira coisa que o Lula fez em 2002 depois de eleito foi ser co-âncora do Jornal Nacional em companhia do William Bonner e da Fátima Bernardes. Ali eu disse : bom, a vaca foi para o brejo. Porque o Jornal Nacional tratou o Lula de uma maneira parcial, sempre parcial, e a primeira coisa que ele faz foi se sentir honrado em ancorar os Jornal Nacional ao lado dos algozes.

Classe: Isso se deve a uma crença de que possível ter uma convivência pacífica com a mídia ou é medo mesmo?

PHA - Eu acho que é medo. O Lula e a Dilma têm medo da Globo. É só isso.

Classe: Têm mais medo da Globo do que da Folha, por exemplo?

PHA - Sim, Folha, Estadão e Veja são subadversários.

Classe: Medo exatamente de quê?

PHA - Têm medo de o Jornal Nacional derrubar o governo. Porque as denúncias da Folha, do Estadão e da Veja não têm a menor repercussão, a menor importância, se elas não tiverem a câmara de eco do Jornal Nacional. E a câmara de eco do Jornal Nacional reproduz, aumenta, amplifica e dá mais dimensão ao que acontece no Congresso. Nós temos o caso do ínclito e notável senador Álvaro Dias, que é um plagiador. Como se sabe, ele não tem nenhuma ideia original. Ele denuncia tudo que já foi denunciado. Então, eu acho que o grave nessa posição não é que eles, Lula e Dilma, estejam apenas preservando o seu governo. O problema aí não é preservar o governo Lula e Dilma, o problema aí é criar os mecanismos institucionais para a democratização da mídia. O Boni disse na entrevista que ele deu ao Geneton, na Globo News, que nenhuma televisão no mundo tem o share de audiência que a Globo tem. Nenhuma. Em nenhuma nova democracia do mundo, e eu não falo de Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha e França, estou falando de novas democracias como México, Portugal, Espanha, Argentina, Chile e Uruguai. Em nenhuma nova democracia no mundo existe o que existe aqui no Brasil com a Globo. E consolidada através de mecanismos, como, por exemplo, a propriedade cruzada.

Classe: Paulo Henrique, há não muitos anos as pessoas praticamente cruzavam os braços em relação ao poderio da mídia. Hoje muitas pessoas e entidades debatem o tema, que culminou com a Confecom. Você acha que podemos projetar um futuro melhor ou lutamos contra forças tão poderosas que tudo isso pode não dar em coisa alguma?

PHA - Isso pode dar em alguma coisa. Hoje o constrangimento do governo é maior. Você vê, por exemplo, que o PT fez um seminário para estudar a questão da comunicação e o Paulo Bernardo fugiu.

Classe: Como fugiu do Encontro Internacional dos Blogueiros, em Foz do Iguaçu?

PHA - Como fugiu de Foz do Iguaçu. Paulo Bernardo não vai. Ou seja, o governo Dilma não tem condições de discutir com a sociedade a questão da Ley de Medios. O PT não pode discutir a Ley de Medios. O PT não tem que fazer seminário, o PT tem que governar. O PT é governo há oito anos, mais um, nove. Quem faz seminário é oposição. Já tem a Confecom, já tem o projeto do Franklin.

Classe: Mas o presidente do PT, Rui Falcão, disse que o partido tem sua própria pauta, e que ela, em alguns momentos, é diferente da pauta do governo.

PHA - Trololó, trololó. O PT não tem pauta diferente nenhuma. O PT é governo. Quem tem outra pauta é o PSDB. Ou troca o Paulo Bernardo ou põe o Paulo Bernardo para botar uma Ley de Medios no Congresso.

Classe: Ele tem dito que vai colocar o projeto do Franklin para consulta pública na internet.

PHA - Ele está dizendo a mesma coisa desde que chegou. O fato é o seguinte: o Paulo Bernardo não pode ir a uma reunião do PT. Ele não tem autoridade moral e política para ir a uma reunião do PT. Isso é uma forma de constrangimento importante para o governo. Eu entrevistei o Inácio Arruda, senador do PCdoB. Ele fez um paralelo muito interessante. Quando o Adib Jatene quis aprovar, no governo FHC, a CPMF, ele bateu na porta de todas as lideranças do Congresso para pedir uma CPMF. E aprovou. E agora o governo tem que bater em todas as portas para aprovar uma Ley de Medios, Agora, diz o Franklin : o ponto de partida de qualquer Ley dos Medios é a Constituição brasileira de 1988.

Classe: Frankilin tem dito: vamos trabalhar com livrinho na mão.

PHA - Isso. Vamos trabalhar com o livrinho na mão. O Inácio Arruda lembrou que todas as correntes de opinião brasileiras estão entre os 81 senadores e os 513 deputados federais. Vamos botar todo mundo numa mesa, como se faz num bom Congresso, e discutir. A bancada do coronelismo eletrônico tem uma posição, eu tenho outra, o PT tem outra, os tucanos têm outra, e vamos negociar. Agora , isso só chega se o governo tomar a iniciativa Qual é o medo de mandar uma Ley de Medios para o Congresso? Sai da toca, vamos discutir no Congresso. Esse trololó que tem aí de censura é papo furado. É como eu digo: em dúvida, copia a lei americana, pois nos EUA é onde se pratica o capitalismo mais selvagem.

Classe: Muita gente pergunta com um jornalista com as suas posições conviveu na Rede Globo. Você chegou a ser cerceado ou pressionado?

PHA - Bom, minha posição na Globo foi a seguinte: eu fui comentarista econômico durante algum tempo. Depois, na maior parte do meu tempo na Globo, eu fiquei em Nova York, onde a minha relação ou a minha contraface com as questões políticas nacionais era mais remota, era mais rara. Quando eu trabalhei na Globo, eu fui absolutamente leal à Globo, não tem conversa. Eu fui um funcionário exemplar. Evidentemente que na Globo havia uma restrição política muito severa. Durante um certo tempo, a gente não podia falar, na editoria de economia, que era o meu caso, não podia falar no nome do Maílson da Nóbrega, ministro da Fazenda, porque o Roberto Marinho tinha uma operação com exportação de casas pré-fabricadas que o Maílson vetou. Por causa disso o nome Maílson da Nóbrega não podia ser citado. A gente podia falar do governo, mas não podia falar em Ministério da Fazenda, nem em Mailson Nóbrega. O que é uma coisa meio esquisita, mas, se você está trabalhando lá, das duas uma: ou cai fora ou obedece. Quando eu percebi que a Globo pretendia me dar uma rasteira, que foi quando eles me destituíram do cargo de chefe do escritório em Nova York, aí eu fui procurar emprego e saí da Globo para ganhar o dobro do que eu ganhava lá. Foi uma escolha profissional e também política. Porque, durante o tempo que trabalhei na Globo, eu discordava de muitas das posições da Globo. E trabalhava desconfortável e irritado, como, por exemplo, o dia em que o Jornal Nacional fez aquela famosa edição do debate entre Lula e Collor. Eu conversei com os editores do debate, com o Ronald Carvalho, que chegou lá na ilha e disse o que era para ser feito para o editor Octávio Tostes. Aliás, o Octávio Tostes teve muita coragem, foi ao Sindicato dos Jornalistas e, diante do Osvaldo Maneschi, gravou um depoimento histórico em que relata esse episódio. Então, o editor Ronald Carvalho chegou à ilha e disse para o Octávio Tostes: “ponha a mão no nariz e meta a mão na merda: é tudo que tem de bom do Collor e tudo que tem de mau do Lula.” O Alberico Souza Cruz, que veio de São Paulo para o Rio, porque estava aqui em São Paulo a acompanhar o candidato Collor no debate, chegou depois do almoço à TV Globo, entrou na ilha 7 e perguntou ao Tostes como é que estava a coisa. O Tostes disse “olha , eu segui esta instrução do Ronald e assim será feita a edição.” Aí o Alberico disse: “além disso, eu quero que ponha também isso e aquilo.” Depois que a matéria ficou pronta, saiu da ilha 7 e foi para a ilha 10, uma ilha mais complexa, com mais recursos de edição, fora do deadline de fechamento do Jornal Nacional, daí a grave importância que essa matéria tinha. Aí o Alberico reviu a matéria na ilha 10 e aprovou como foi para o ar.

Classe: E a edição do Jornal Hoje, da parte da tarde, foi feita por quem?

PHA - Foi feita pela Vianey Pinheiro, o Pinheirinho. Foi uma edição profissional, jornalística, correta, que era a que deveria ter sido repetida, mas o pessoal do Collor visitou a Alice Maria depois da edição do Hoje e disse que aquela edição não lhes interessava. E foi o que foi feito. E o doutor Roberto Marinho deu ao Ronald essa informação. Essa informação que o Ronald passou ao Octávio Tostes foi a informação que o doutor Roberto deu ao Ronald : tudo de bom para o Collor e tudo de ruim para o Lula.

Classe: Então, foi essa a participação do Roberto Marinho?

PHA - Doutor Roberto dava as ordens. Ele não ia para a ilha. O Alberico não sabia o que fazer numa ilha, não sabia dar um play numa ilha de edição, mas ele sabia dar ordens. Então, a minha insatisfação política na Globo sempre foi muito grande. Agora, como profissional, eu fui leal à Globo e me orgulho disso. Como fui leal à Bandeirantes e sou leal à Record. Agora, isso não impede que eu tenha as minhas posições políticas e quando me fazem essa pergunta eu costumo dar a seguinte resposta : a diferença entre o trabalho servil, o trabalho escravo, e o trabalho no regime capitalista, é que no trabalho servil o dono é dono do empregado. No regime capitalista, o dono contrata o empregado. O empregado dá a sua força de trabalho e recebe salário. O empregador recebe a força de trabalho e paga o salário. Se um dos dois está insatisfeito, rompe-se o contrato. Não existe a propriedade do empregado. Eu não estava satisfeito e fui me embora.

Classe: Em que circunstância surgiu a sacada genial de batizar o oligopólio da mídia de PIG (Partido da Imprensa Golpista)?

PHA - O Fernando Ferro, deputado federal pelo PT de Pernambuco, o Ferrinho, um bravo deputado, fez um discurso da tribuna da Câmara para denunciar uma denúncia vazia do Ali Kamel, que atribuiu a uma determinada apostila do Ministério da Educação uma frase ou uma informação que não constava, ou seja uma denúncia vazia, falsa. E o Fernando Ferro disse que o Ali Kamel era um membro do Partido da Imprensa Golpista. E aí eu achei aquilo genial e pá. Mas sempre digo que a ideia original é do Fernando Ferro.

Classe: Numa entrevista sua ao Pânico na TV, você explicou didaticamente por que a Miriam Leitão nada entende de economia. Como é isso?

PHA - A Miriam Leitão é um embutido da Sadia. Se você pegar as partes que compõem o embutido da Sadia, provavelmente você não consumirá. A Miriam Leitão não tem nenhuma ideia original. Ela nunca ofereceu uma ideia original. O que ela faz é embutir tudo na atividade dela na Globo. Agora, eu digo também o seguinte: a Miriam não tem nenhuma importância. Embora ela seja a mais importante pensadora neoliberal do Brasil, porque não há nenhum outro pensador neoliberal no Brasil que defenda o neoliberalismo tanto quanto ela, o que dá uma ideia do pensamento neoliberal no Brasil. O importante não é a Miriam Leitão, porque ela é um embutido da Sadia. O importante é a Globo e o importante é a Globo poder fazer o que faz através da Miriam, que é catequizar, persuadir, doutrinar, convencer, invadir a sua privacidade utilizando um bem público que é a TV aberta.

Classe: Os processos que movem contra você interferem no seu cotidiano , na sua vida familiar? Como é lidar pessoalmente com isso. Eles te aborrecem muito?

PHA - Olha, já me aborreceu mais. Hoje eu olho para isso com mais distância. Hoje já vejo isso com certo humor. Mas a vingança será pesada. Eu pretendo depois transformar isso tudo em livro e defender a tese de que eu, como Azenha, como Rodrigo Viana, como Nassif, como Esmael do Paraná, e uma série de blogueiros do interior do Brasil, estamos sendo vítimas de um processo que nada mais é do que uma tentativa de nos calar pelo bolso. Essas ações todas, no meu caso são 41 ações, não resistem a uma análise superficial. O Daniel Dantas, por exemplo, move 13 ações contra mim, e ele perde.

Classe: Cíveis e criminais?

PHA – Não, ele não entrou no crime porque ele não é bobo. Ele é mais esperto que os outros. Ele sabe que no crime é mais difícil ganhar. O que ele faz? Ele não ganha no mérito, quando ele ganha é na chicana. Quando ele ganha é na regra do jogo. Entendeu? Aí você tem que ir numa outra instância para refazer a regra, a regra como ela efetivamente é. É assim que ele trabalha. O Dantas nunca ganha no mérito. Ele diz que as provas são falsas, no caso da Satiagraha; ele não deixa trazer para o Brasil as derrotas que ele sofreu na justiça britânica; ele mata a Chacal, devolveu a Operação Chacal para a primeira instância e logo, logo prescreve; não deixa abrir os discos dele, faz com que o Eros Grau sente em cima dos discos; ele não deixa julgar, se julgar, ele está ferrado. Se julgar, ele vai em cana, como fez o De Sanctis, que colocou ele duas vezes em cana. Mas eles me enobrecem. É aquele meu ditado “diz-me quem te processas e te direi quem és”. Eu sou processado pelo Daniel Dantas, Gilmar Mendes, Eduardo Cunha, Naji Nahas, Ali Kamel, pelo Heraldo Pereira (que diz que sou racista, eu sou racista!), o Carlos Jereissati, o Sérgio Andrade. É esse elenco que me processa. E disse me orgulho. Quando o meu neto tiver um pouquinho mais de discernimento, eu vou dizer: “ seu avô é um uma cara muito legal, olha quem processa ele.” Então, qual é o objetivo deles? É me calar pelo bolso, não é calar com uma condenação. Ah, o Heráclito Fortes me processa três vezes, o Heráclito Fortes , o Apolo da bancada Dantas, o homem que defendia o Dantas da tribuna do Senado e que dizia frases como “prefiro Dantas ao Delúbio”.Isso é um Varão de Plutarco. Cícero não foi tão brilhante. Muito bem, querem me calar pelo bolso, mas não vão calar.

Classe: Falando um pouco mais de política, você não acha que a Dilma caiu na armadilha de demitir uma série de ministros pautada pela mídia?

PHA - Acho que ela faz muito bem. Acho correta a tese dela, a política dela. Localizou o malfeito, dança. Está certo. O meu problema com esta mídia que denuncia corrupção não é a denúncia da corrupção. O problema é o caráter político dessa denúncia. Agora, nós estamos diante de um fato brutalmente suspeito; uma empresa chamada Controlar tinha o monopólio de fazer o controle da poluição por parte dos automóveis de São Paulo e descobriu-se que isso era uma patranha. Essa patranha levou à prisão de um cavaleiro de nome João Faustino, que era, ou é, suplente do senador Agripino Maia e durante anos a fio trabalhou no gabinete do chefe da Casa Civil do Serra, o senador Aloísio Nunes, exercendo a tarefa que não se sabe bem qual é. Muito bem, o João Faustino diz que tem uma relação antiga com o Serra e com o Fernando Henrique, isso da própria boca dele. E colocaram indisponíveis os bens do Kassab graças ao Serra. Ele foi vice do Serra. O João Faustino trabalhou com Serra.

Classe: Coordenou a campanha do Serra no Nordeste.

PHA - Isso, coordenou a campanha do Serra no Nordeste. Queria que o ínclito e brilhante senador Jarbas Vasconcelos fosse vice do Serra. Deu entrevista dizendo isso. E o Serra ? Ele, agora dá conferência sobre juros e foge da imprensa pela porta dos fundos. O Serra foge da imprensa e o Paulo Bernardo foge do PT.

Classe: Como você vê esta obsessão do Serra de ainda sair candidato a presidente. Há uma especulação de que ele pode sair candidato pegando uma carona no PSD do Kassab, caso o Aécio seja o candidato pelo PSD.

PHA - É um patologia. O Mercadante tem uma teoria muito interessante que é a do mergulho para frente. Toda vez que o Serra se vê numa situação de ser julgado pelo que fez, ele dá um pulo para frente. Agora, por exemplo, em lugar de ser julgado pela campanha que ele fez em 2010, que segundo Ciro Gomes, foi uma campanha calhorda, a campanha da bolinha de papel, a campanha do aborto, a campanha do fundamentalismo, a campanha do bispo de Guarulhos, a campanha de entregar o pré-sal para a Chevron, a campanha de querer invadir a Bolívia, a campanha de acabar com o Mercosul. Em vez de discutir essa campanha, ele é candidato em 2014. Ele não tem alternativa. Mas o Vesgo do Pânico tem mais chance de ser presidente da República que o Serra.

Classe: Que nota você daria hoje, no conjunto, para o governo da Dilma?

PHA - Acho que ela está indo muito bem, muito bem. Eu lamento que ela tenha esta atitude em relação ao marco regulatório, que eu prefiro chamar de Ley de Medios, e faço isso propositadamente porque nós temos a pretensão de nos rivalizarmos com a Argentina, o que não é o meu caso que admiro muito a Argentina.É para deixar claro que a Argentina tem uma Ley de Medios muito boa, muito boa. E foi tirada na marra. As pessoas foram para a rua pedir a Lei de Medios. E Globo de lá, o Clarin, trabalhava com o mesmo Ibope daqui. E a Cristina meteu a mão na Globo e no Ibope.

Classe: E fez campanha de massa, no dia da entrega do projeto ao Congresso argentino, ela levou 50 mil pessoas com ela.

PHA - Exatamente. E não deu entrevista para a Globo. Se elegeu duas vezes sem dar entrevista para a Globo. E a Dilma se submete àquelas perguntas capciosas do William Bonner e da Fátima Bernardes.

Classe: Mas, fora a questão da comunicação, por que você acha que a Dilma vai muito bem? Seria por que ela dá continuidade à obra do Lula?

PHA - Ela continua a obra do Lula e está dando alguns saltos à frente, como esse programa de Brasil sem Miséria, esse programa de fortalecimentos das pequenas e médias empresas. Acho quer ela tem dado saltos importantes na política de saúde e na política de educação. Na condução da política econômica também, porque ela tirou o monopólio dos neoliberais do Banco Central. Os neoliberais comandavam o Banco Central desde o governo Sarney.

Classe: O Alexandre Tombini, atual presidente do Banco Central, não é um neoliberal?

PHA - O Tombini não é neoliberal e tem uma vantagem: ele não dá entrevista em off para a Míriam Leitão.

Classe: Falando sobre a doença do ex-presidente Lula, comentários como o da Lúcia Hipólito, na rádio CBN, logo no dia da divulgação do problema, soltando foguete e colocando Lula fora do jogo político, não chega a ser indecente, uma falta de respeito ao drama alheio?

PHA - Eu não ouvi o comentário da Lúcia Hipólito. O que eu posso te dizer é o seguinte: O PIG foi fazer o enterro do Lula. O PIG convocou o enterro do Lula. Foi para a capela do cemitério da Consolação para enterrar o Lula. O meu problema com a doença do Lula é com o Hospital Sírio e Libanês. Por que saem notícias sigilosas e confidenciaissobre o estado de saúde dos pacientes do Sírio e Libanês na Folha e na TV Globo? Eu sou paciente do Sírio e Libanês. Fiz uma cirurgia lá. Tirei uma hérnia de disco lá. Eu quero saber e, aliás, mandei um e-mail agora para o Sírio e Libanês para saber se as informações sobre a minha cirurgia serão tão públicas como o tratamento do Lula. Se forem, eu quero tomar as medidas judiciais para processar o Sírio.

Classe: Para o jornalista Paulo Henrique Amorim, o que foi o mensalão?

PHA - O mensalão foi uma operação de caixa dois de campanha que é tão brasileira quanto goiabada com queijo. Caixa dois. Todo mundo sabe disso. Mensalão é senha para você entrar no site do impeachment do Lula.

Classe: A versão que passaram era a de que existia uma espécie de guichê no qual os parlamentares recebiam pelos serviços prestados ao governo nas votações do Congresso?

PHA - É, inclusive os que votavam com o governo. Era preciso comprar os parlamentares que votavam sistematicamente com o governo. É um negócio sensacional. É um negócio de português, desculpe. Eu, como neto de português, posso dizer isso com toda autoridade. É um mensalão português. Um mensalão patrício. Como diz o Mino Carta, o mensalão está por provar-se. Eu quero ver o Supremo provar o mensalão. E tem mais: eu quero ver provar a culpa do José Dirceu. É que no Brasil não se faz a seguinte pergunta: de onde vem o dinheiro do mensalão? Vêm do Daniel Dantas. Ninguém pergunta: quem botava dinheiro no duto do mensalão? Era o Dantas, isso está comprovado. Os documentos da Brasil Telecom encaminhados à CVM mostram o dinheiro que a Brasil Telecom, no tempo do Dantas, dava para o Marcos Valério. O Marcos Valério fazia um estudo sobre a imagem da Brasil Telecom e ganhava um trilhão de dólares para fazer isso. Alguém aqui é bobo?

Classe: Na sua opinião, então, se o Supremo julgar pela prova dos autos, absolve todo mundo?

PHA - Eu acho que absolve muita gente, inclusive o José Dirceu. Mas o problema é que o Supremo costuma votar com a faca no pescoço. É o único Supremo no mundo que vota com a faca no pescoço. Eu não conheço outro caso igual.

Classe: Dê alguns exemplos?

PHA - Ué, um ministro do Supremo disse que votou, no caso do mensalão, porque estava com a faca no pescoço. Quem empunhava a faca, a faca de Brutos? Era o Ali Kamel.

Classe: A que você atribui o bom trânsito que o Dantas tinha com os governo de FHC e manteve nas eras Lula e Dilma?

PHA - É porque o Dantas corrompeu o Brasil. O Dantas comprou o Brasil. Executivo, Legislativo e Judiciário. E imprensa. Os quatro poderes. Comprou tudo. E, no caso da imprensa, ele teve um plano de negócio originalíssimo. Ela comprava dono e o jornalista, porque normalmente os corruptores da imprensa compram um ou outro. Ele comprava os dois.

Classe: O ministro da Justiça atual tem alguma ligação com ele?

PHA - Sim, ele trabalhou para o Dantas. O José Eduardo Cardoso é assalariado do Dantas.

Classe: O advogado Greenhalg também?

PHA - Greenhalg também O Jose Eduardo Cardoso, como deputado federal , representante do povo de São Paulo, foi à Itália defender os interesses do Dantas. E aqui no Brasil tentou ajudar o Dantas no Ministério Público Federal. Ele é funcionário do Dantas.

Classe: Existe por parte da mídia uma clara intenção de criminalizar os movimentos sociais. Na democracia que vai se consolidando no Brasil, qual deve ser o papel desses movimentos?

PHA - Acho que esses movimentos têm um papel muito importante. Mas eu vou te falar o seguinte: eu acho muito legal movimento social em defesa do meio ambiente, em defesa da mulheres, em defesa do casamento gay. Eu sou a favor disso tudo. Eu sou a favor do meio ambiente, tenho aqui na minha casa uma micro reprodução dos Jardins do Burle Max. Sou a favor do casamento gay. Acho o machismo um absurdo. Tudo isso está certo. Agora, a oposição no Brasil gastou muita munição com essas causas secundárias. Subalternas em relação ao problema da injustiça social.

Classe: A que oposição você se refere?

PHA - Eu quero dizer o seguinte : os que protestam , os inconformados, os indignados, os ativistas sociais defendem causas que são comoventes e enaltecedoras e espero sejam bem–sucedidos. Não no caso de Belo Monte, que eu acho que é nada mais, nada menos que uma ponta de lança dos interesses americanos no Brasil. Ponto. Mas eu acho que mais importante do que tudo, na minha opinião, é a questão da injustiça social. Esta sociedade, apesar da inclusão de 40 milhões de pessoas na classe média, apesar da ascensão social do pobre, apenas dos programas Brasil sem Miséria, é uma sociedade injusta. É uma sociedade cruel, é uma sociedade que não tem democracia, é uma subdemocracia. Esse é o assunto que me interessa. Negócio de meio ambiente e tal, eu acho tudo muito bom, sou a favor do meio ambiente. Mas não gasto cinco minutos do meu tempo preocupado com isso. Não gasto. Eu acho que estas redes sociais são muito úteis, mas não vão mudar o mundo, não vão mudar ro Brasil, enquanto não enfrentarem de frente o problema da desigualdade.

Classe: Qual o destino dos jornais impressos no Brasil? Na sua opinião, eles caminham para o fim?

PHA – Acho que caminham para uma espécie de fim. Ele vai ser um produto de menos importância. Um produto de nicho. Assim como as revistas hoje são revistas de nicho, os jornais serão jornais de nicho. Tem mais chance de sobreviverem jornais de comunidade. Os dedicados à economia, como Valor, Financial Times, Wall Street Journal têm mais chances de sobreviverem do que a Folha. E o problema não e só de tecnologia. Não é só porque hoje existe uma tecnologia melhor do que a do jornal impresso. O problema é que os jornais brasileiros são muito ruins.O jornais brasileiros são péssimos. Não dá para ler, são mal escritos, não têm imaginação, são medíocres, são incompletos. Além de parciais.

Classe: Qual a sua opinião sobre a polêmica do diploma para jornalista?

PHA - Ah, eu sou contra. Sou inteiramente contra o diploma de jornalista. Isso é uma racionalização para um negócio de faculdades privadas. Não é preciso ter diploma para ser jornalista. Você pode ser jornalista com três meses de treinamento numa boa Pronatec. Com três meses na Pronatec, você faz um jornalista de boa qualidade. Agora, você precisa, de preferência, ter jornalistas com curso universitário. Pode estudar filosofia, matemática, física, biologia, literatura portuguesa.Isso tudo ajuda.Agora, o jornalista precisa respeitar os fatos. Como diz o Mino Carta, a verdade factual. Deve tentar também, o máximo possível, ser objetivo, até onde é possível ter alguma objetividade, ou seja, tentar a imparcialidade. Mas, sobretudo, o jornalista deve fustigar os poderosos.

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Fonte: Cloaca News