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"A Grande Virada é um fato. E está rolando."




quinta-feira, 27 de junho de 2013

Texto Interessante - autor desconhecido.

Mauriçolas e patricinhas de todas as idades (que, passada a maioridade, são constrangedoramente ridículos), articulados por intermédio das chamadas redes sociais (o que é isso mesmo?), deixaram os carros na garagem e foram às ruas clamar, acredite se quiser, por redução dos preços das passagens de ônibus! (agora, querem transporte gratuito para todos!) Enganaram muita gente, inclusive a mim, pois “quando vi todo mundo na rua de blusa amarela [ou branca?], eu achei que era ela puxando o cordão”. Mas não era. Era a turba puxando o tapete da democracia e da civilização.

Os manifestantes, estatisticamente leitores/espectadores de Globo, Folha, Veja, Estadão (modulados por Jabor – o Datena dos semiletrados -, o próprio Datena, Boechat, Reinaldo – radicais a favor de ricos e poderosos – e o autoexilado Mainardi, afora outras nulidades), pugnam pelo fim da política, dos políticos, dos partidos, das instituições estatais (depredaram o Itamarati, a Assembleia Legislativa do RJ, a Prefeitura de São Paulo!); defendem o fim de agência de automóveis (arrebentaram com uma em Belo Horizonte duas vezes), o fim da Copa das Confederações e da Fifa! Que puta pauta, não é mesmo?! E é essa a turma que diz querer melhorar o Brasil.
 
Sob autoconcedida capa de pacifista (discurso aceita tudo), a turba “da paz” provoca e ataca a polícia com pedras, coquetéis molotov, rojões e bombas; assalta lojas comerciais; depreda; põe fogo em ônibus; promove baderna; ofende a racionalidade e o bom-senso com declarações absolutamente estúpidas, como a da “política sem partidos”. No discurso, diz-se pacifista mas, na prática, pilha e destrói tudo o que vê pela frente. Age como horda bárbara assemelhada à que destruiu a Biblioteca de Alexandria, horda que, como a de Alexandria, obedece a comando político reacionário. Há muito método e grana nessa aparente e falsa loucura espontânea.

As passeatas e os fóruns virtuais de veículos da mídia grande, onde membros da turba comentam, evidenciam a existência de um “lumpenclassemediano” igual ao lumpemproletariado, com exceção do nível de renda. Seus membros não têm consciência de classe, e, em consequência, não têm consciência das próprias demandas e interesses. Por serem, além disto, ignorantes e pouco dados a pensar (têm como lema, solvo ergo sum), padecem de ansiedade difusa: não sabem o que fazer para resolver as próprias demandas e, decorrentemente, para aplacar a ansiedade e mal-estar de que sofrem. Daí, partem para inculpar terceiros pelas próprias frustrações, desenvolvendo ódio de classe irracional alimentado por preconceito e inveja dos que são ou vêm de classes sociais de menor renda. Culpam também o governo, como se o governo fosse a Geni cuja execração expia suas frustrações, ou como se fossem adolescentes e o governo seus pais.

Por não terem consciência do que são, renegam o Brasil, os brasileiros, especialmente os das camadas populares; renegam as realizações brasileiras. Rejeitam a cultura do país, pois são aculturados convictos (bom é o que vem de fora). Abjuram, em suma, si próprios e suas raízes. O “lumpenclassemediano” é, como se dizia antigamente, “freguês de caderno” dos poderosos daqui e de lá de fora, matilha de vira-latas sarnentos (que me desculpem os vira-latas).

O “lumpenclassemediano” autorreferencia-se, acha-se o maioral, é narcisista. Porém, diferentemente de Narciso, é feio, e a constatação da feiura – que a ascensão econômica dos mais pobres explicita com dureza – o leva ao pânico de não ser o que pensa ser, ao pânico narcísico expressado em narcisismo em si mesmo, delinquência, violência e cinismo (“foda-se o Brasil, nacionalismo é coisa de imbecil” disse um do “movimento”). Essas passeatas violentas, baderneiras, prenhes de negatividade, rancor, acusações majoritariamente infundadas e moralismo barato, sem pauta decente são essencialmente surto de pânico narcísico. Essa malta precisa de terapia psicanalítica.
 
Mas há também a ignorância. Só a ignorância do “lumpenclassemediano” aliada à preguiça de pensar e pesquisar podem explicar o porquê dessa gente deixar que sua cabeça seja feita por mervais e outros anões intelectuais que infestam a mídia. Só elas podem explicar por que é movido a bordões, deboches, neologismos ofensivos, ocos todos de argumentação, e plenos de mau gosto e chulice, lixo que idiotas com espaço na mídia põem em circulação aviltando o debate político.

A ignorância e a capacidade de se deixar manipular do “lumpenclassemediano” impressionam, embora a ignorância e a submissão à manipulações sejam corda e caçamba (como diriam Vadico-Noel), uma ajuda a outra. A PEC-37, por exemplo, da qual esse lúmpen não tem a menor ideia do que seja, avanço que barraria superpoderes do MPF usados para chantagear e proteger políticos de acordo com os humores do procurador geral da república e da imprensa grande, foi combatida pela turba (e rejeitada por uma Câmara pusilâmine). A condenação da PEC-37 é bandeira corporativa (do MP) e da elite midiática que insiste em ter mecanismos subvertedores da vontade popular manifestada nas urnas. E tal já acontece: a vontade popular tem sido subvertida por meio de um Ministério Público aparelhado que sobresteve processos (prevaricação, como já denunciado) e promoveu o mentirão, ambas as ações de cunho político, traidoras da vontade popular expressada nas urnas.

O “lumpenclassemediano” não representa de forma alguma a maioria da população, como parece pensar a Câmara dos Deputados: o “lumpenclassemediano” é parte dos 4% acrescido de algumas cabeças fracas e de estudantes entediados com as aulas.
O “lumpenclassemediano” não promove luta alguma em favor da população: bandeiras como a de exigir que, num estalar de dedos, o transporte público seja tornado gratuito não passam de radicalismo para enfraquecer o governo (pois a exigência é inexequível) por meio de manipulação abjeta da população que elegeu este mesmo governo (contrariamente ao desejo do “lumpenclassemediano”).

O “lumpenclassemediano” é massa de manobra da elite (cujos grilos falantes líderes estão na mídia corporativa) usada na luta pela expropriação das tímidas conquistas já obtidas pelo Povo e que trouxeram melhorias para todos (inclusive para o lúmpen) em todos os aspectos. A motivação do “lumpenclassemediano” que subjaz o “movimento” é mesquinha: ter alguém para pisotear a cabeça. É também política, pois o lúmpen é marionete de poderosos que o usa a seu bel-prazer.

Essa malta inculta, egoísta, vaidosa e irresponsável esta a fazer com que o processo democrático regrida perigosamente, e basta a condenação que fez da PEC-37, introduzida oportunisticamente pelo MP e pela elite midiática nas passeatas, para provar o retrocesso.

Pois é, “quando vi todo mundo na rua de blusa amarela [ou branca?], eu achei que era ela puxando o cordão”. Mas não era.