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"A Grande Virada é um fato. E está rolando."




sábado, 31 de dezembro de 2011

Equipe de Voleibol Asser/Porto Ferreira fará peneira em janeiro


A equipe de Voleibol Asser/Portoferreira estará realizando uma "peneira" no próximo dia 21 de janeiro.

Atletas nascidas em 1993, 1994 e 1995 deverão se apresentar - a partir das 08h30min (manhã) -, no Ginásio de Esportes "Sylvio Marques Filho, sito à Rua Francisco Prado, s/n.º (ao lado da Escola "Prof.ª Noraide Mariano").

Informações mais detalhadas podem ser obtidas com o técnico, prof. Anselmo Basílio: (19) 9165.5721.

Estrutura a ser disponibilizada pela equipe:

1. Moradia;
2. Alimentação;
3. Ajuda de custo;
4. Faculdade (Bolsa de Estudo - 100%);
5. Assistência Médica.

Boa sorte e um feliz 2012 a todos.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Maria Inês Nassif: Vem aí o ano da CPI

2011, o ano em que a mídia demintiu ministros. 2012, o ano da CPI
Em 2005, quando começaram a aparecer resultados da política de compensação de renda do governo de Luiz Inácio Lula da Silva – a melhoria na distribuição de renda e o avanço do eleitorado “lulista” nas populações mais pobres, antes facilmente capturáveis pelo voto conservador –, eles eram mensuráveis. Renda é renda, voto é voto. Isso permitia a antevisão da mudança que se prenunciava. Tinha o rosto de uma política, de pessoas que ascendiam ao mercado de consumo e da decadência das elites políticas tradicionais em redutos de votos “do atraso”. Um balanço do que foi 2011, pela profusão de caminhos e possibilidades que se abriram, torna menos óbvia a sensação de que o mundo caminha, e o Brasil caminha também, e até melhor. O país está andando com relativa desenvoltura. Não que vá chegar ao que era (no passado) o Primeiro Mundo num passe de mágicas, mas com certeza a algo melhor do que as experiências que acumulou ao longo da sua pobre história.  

O perfil político do governo Dilma é mais difuso, mas não se pode negar que tenha estilo próprio, e sorte. As ofensivas da mídia tradicional contra o seu ministério permitirão a ela, no próximo ano, fazer um gabinete como credora de praticamente todos os partidos da coalizão governamental. No início do governo, os partidos tinham teoricamente poder sobre ela, uma presidenta que chegou ao Planalto sem fazer vestibular em outras eleições. Na reforma ministerial, ela passa a ter maior poder de impor nomes do que os partidos aliados, inclusive o PT. Do ponto de vista da eficiência da máquina pública – e este é o perfil da presidenta – ela ganha muito num ano em que os partidos estarão mais ocupados com as questões municipais e em que o governo federal precisa agilidade para recuperar o ritmo de crescimento e fazer as obras para a Copa do Mundo.    Sorte ou arte, o distanciamento de Dilma das denúncias contra os seus ministros, o fato de não segurar ninguém e, especialmente, seu estilo de manter o pé no acelerador das políticas públicas independentemente se o ministro da pasta é o candidato a ser derrubado pela imprensa, não a contaminaram com os malfeitos atribuídos a subalternos. Prova é a popularidade registrada no último mês do ano.   

Mais sorte que arte, a reforma ministerial começa no momento em que a grande mídia, que derrubou um a um sete ministros de Dilma, se meteu na enrascada de lidar com muito pouca arte no episódio do livro “A Privataria Tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro Jr. Passou recibo numa denúncia fundamentada e grave. Envolve venda (ou doação) do patrimônio público, lavagem de dinheiro – e, na prática, a arrogância de um projeto político que, fundamentado na ideia de redução do Estado, incorporou como estratégia a “construção” de uma “burguesia moderna”, escolhida a dedo por uma elite iluminada, e tecida especialmente para redimir o país da velha oligarquia, mas em aliança com ela própria. Os beneficiários foram os salvadores liberais, príncipes da nova era. O livro “Cabeças de Planilha”, de Luís Nassif, e o de Amaury, são complementares. O ciclo brasileiro do neoliberalismo tucano é desvendado em dois volumes “malditos” pela grande imprensa e provado por muitas novas fortunas. Na teoria. Na prática, isso é apenas a ponta do iceberg, como disse Ribeiro Jr. no debate de ontem (20), realizado pelo Centro de Estudos Barão de Itararé, no Sindicato dos Bancários: se o “Privataria” virar CPI, José Serra, família e amigos serão apenas o começo.   

A “Privataria” tem muito a ver com a conjuntura e com o esporte preferido da imprensa este ano, o “ministro no alvo”. Até a edição do livro, a imprensa mantinha o seu poder de agendamento e derrubava ministros por quilo; Dilma fingia indiferença e dava a cabeça do escolhido. A grande mídia exultou de poder: depois de derrubar um presidente, nos anos 90, passou a definir gabinetes, em 2011, sem ter sido eleito e sem participar do governo de coalizão da mandatária do país. A ideologia conservadora segundo a qual a política é intrinsicamente suja, e a democracia uma obra de ignorantes, resolveu o fato de que a popularidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dizimou a oposição institucional, em 2010, e a criação do PSD jogou as cinzas fora, terceirizando a política: a mídia assumiu, sem constrangimentos, o papel de partido político. No ano de 2011, a única oposição do país foi a mídia tradicional. As pequenas legendas de esquerda sequer fizeram barulho, por falta de condições, inclusive internas (parece que o P-SOL levou do PT apenas uma vocação atávica para dissidências internas; e o PT, ao institucionalizar-se, livrou-se um pouco dela – aliás, nem tanto, vide o último capítulo do livro do Amaury Ribeiro Jr.).   

Quando a presidenta Dilma Rousseff começar a escolher seus novos ministros, e se fizer isso logo, a grande mídia ainda estará sob o impacto do contrangimento. Dilma ganhou, sem imaginar, um presente de Papai Noel. A imprensa estará muito menos disposta a comprar uma briga durante a CPI da Privataria – quer porque ela começa questionando a lisura de aliados sólidos da mídia hegemônica em 1994, 1998, 2002, 2006 e 2010, quer porque esse tema é uma caixinha de surpresas.Isso não chega a ser uma crise que a democracia não tenha condições de lidar. Na CPI dos Anões do Orçamento, que atingiu o Congresso, os partidos viveram intensamente a crise e, até por instinto de sobrevivência, cortaram na própria carne (em alguns casos, com a ajuda da imprensa, jogaram fora a água da bacia com alguns inocentes junto). A CPI pode ser uma boa chance de o Brasil fazer um acerto com a história de suas elites.   

E, mais do que isso, um debate sério, de fato, sobre um sistema político que mantém no poder elites decadentes e é facilmente capturado por interesses privados. Pode dar uma boa mão para o debate sobre a transparência do Estado e sobre uma verdadeira separação da política e do poder econômico. 2012 pode ser bom para a reforma política, apesar de ter eleições municipais. Pode ser o ano em que o Brasil começará a discutir a corrupção do seu sistema político como gente grande. Cansou essa brincadeira de o tema da corrupção ser usado apenas como slogan eleitoral. O Brasil já está maduro para discutir e resolver esse sério problema estrutural da vida política brasileira.
Título original: Maria Inês Nassif: Vem aí o ano da Privataria
Maria Inês Nassif - Colunista política, editora da Carta Maior em São Paulo.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Cidade espanhola oferece passe vitalício de transporte em troca de carros


A cidade de Murcia, na Espanha, lançou a campanha “Mejor en Tranvía” em que oferece passe gratuito e vitalício para transporte público do sistema VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) aos cidadãos que estiverem dispostos a abandonar seus carros.

Além de promover o sistema VLT, a campanha, que funciona desde maio, visa a redução dos congestionamentos e a poluição do ar na cidade. O sistema estava em fase de teste desde 2007, mas foi aberto recentemente, enquanto mais três linhas estão em construção. Até o momento o transporte elétrico de superfície abrange 18 quilômetros.

A população atual da cidade é de 440 mil pessoas, sendo que a maior parte delas depende exclusivamente de veículos particulares. O passe é só o primeiro passo para reduzir o número de motoristas. A cidade já recolheu alguns veículos livres de dívidas e em funcionamento e agora irá desmontá-los.

A campanha está envolvendo também as redes sociais como forma de incentivo. “Para cada comentário enviado via Facebook ou Twiiter, os mecânicos de Murcia retiram uma peça de um dos carros da nova coleção veicular da cidade, com reprodução ao vivo via webcam para todos verem”, explica o site Springwise.

A publicidade fez questão de mostrar a dificuldade em estacionar um carro no centro da cidade colocando carros em vagas impossíveis demonstrando o grande problema de achar lugares disponíveis no caos da cidade.

Para finalizar, a campanha publicitária também fez videoclipes curtinhos que promovem a troca dos carros pelo passe de transporte público e ainda destacam as desvantagens do uso de veículos privados e individuais.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Mensagem de Natal



“Se temos de esperar, que seja para colher a semente boa que lançamos hoje no solo da vida. Se for para semear, então que seja para produzir milhões de sorrisos, de solidariedade e amizade.”
Cora Coralina.

Boas festas a todos os amigos e companheiros.
Serginho Martins e familia.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A indignação seletiva da mídia


Corrupção e política sempre estiveram profundamente ligadas no Brasil, um tanto porque essa é, efetivamente, a herança de um país dominado por hierarquias, com profundas injustiças sociais e longos períodos ditatoriais, outro tanto porque desde que a UDN, nos anos 50, em conluio com a maioria da mídia, descobriu o poder mobilizador das denúncias, estas se incorporaram ao modo brasileiro de fazer política.

Todos os governos civis, desde a República Velha até a presidência Dilma Rousseff, sofreram, em maior ou menor grau, acusações de envolvimento em corrupção. Como a atual oposição gosta de lembrar, o PT, quando não era governo, vivia fazendo denúncias e procurando mobilizar o Ministério Público. E isso é verdade. A diferença - que se esquecem de mencionar - é que a repercussão que a mídia fazia das denúncias petistas contra FHC (e demais membros de seu governo), nas raras vezes que ocorria, era incomparavelmente menor do que o barulho – semanal, diário – que ora faz, por exemplo, quanto às denúncias contra os ministros do atual governo.

Assim, enquanto as gravíssimas denúncias, gravadas, do jornalista Fernando Rodrigues contra FHC por alegada compra de votos no plenário (para aprovar a emenda da reeleição) mal foram divulgadas pela Folha de S. Paulo – sem repercussão por nenhum outro grande órgão de mídia, só encontrando eco na Caros Amigos -, a revista Veja produziu mais de quarenta capas sobre supostos atos de corrupção, muitas delas sistematicamente reproduzidas na Folha e nas rádios, TVs e páginas do sistema Globo.

E a mídia pode (ou ao menos podia, antes da internet e da blogosfera militante), fazer toda a diferença – como a eleição de um obscuro governador alagoano (patrocinada e manipulada pela TV Globo, como admitiu recentemente o ex-todo poderoso global Boni) e, posteriormente, sua derrocada rumo ao impeachment, ilustram com precisão.

Recentemente, as eleições presidenciais têm aparentemente mostrado a diminuição do poder de persuasão da imprensa, mas o primeiro ano do governo Dilma evidencia que a mídia é ainda capaz de causar indignação em certos estratos de nossa sociedade e, assim, somado à disposição da presidente de sacrificar quadros em nome da governabilidade, manter o governo acuado, nas cordas.

Essa atuação extremamente tendenciosa do jornalismo brasileiro tem levado à difusão da ideia de que os governos Lula e Dilma seriam os mais corruptos da história da República. Trata-se de uma falácia e de uma injustiça, como sabe qualquer pessoa realmente a par da evolução – quantitativa e qualitativa - dos órgãos e mecanismos estatais de apuração e combate ao crime e à corrupção nos últimos nove anos.

Para contradizer tal acusação leviana, não é preciso mais trazer à tona os números e medidas oficiais e compará-los com os dos governos anteriores. Uma luz mais apurada sobre a questão da corrupção na história recente do Brasil tem lugar com o lançamento de A Privataria Tucana (Geração Editorial), de autoria do jornalista Amaury Ribeiro Jr. Nele, o ex-repórter especial da Globo e da IstoÉ e profissional dos mais reconhecidos - vencedor de nada menos do que três prêmios Esso e quatro prêmios Vladimir Herzog - demonstra, com provas e de forma cabal, o inigualável grau de malversação do erário que marcou o processo de privatização do patrimônio público brasileiro durante os anos FHC, dando nomes aos bois e identificando a rota que levou o botim a paraísos fiscais.

Ante denúncia de tamanha gravidade, minuciosamente documentada, feita por profissional reconhecido e em um livro que, mal lançado, acaba de esgotar a primeira edição de 15 mil cópias, qual é a atitude da mídia brasileira, sempre tão suscetível à indignação? Capas na Veja, editoriais em O Globo, colunas de gente cheirosa na Folha? Nada disso. Tão-somente o mais gritante e auto-denunciador silêncio. O qual evidencia, em sua plena epifania, que a indignação de tal imprensa não é, nem nunca foi, por conta do interesse público contra o qual a corrupção atenta, pois se assim fosse essas vozes da moral estariam agora clamando, indignadas, por investigações rigorosas sobre o governo FHC e o processo de privatização do patrimônio público brasileiro – um crime de lesa-pátria que essa mesma mídia promoveu e endossou, e do qual é cúmplice.

Da próxima vez que você vir uma capa escandalosa da Veja com mais uma uma denúncia mirabolante e sem provas, lembre-se disso.




O Livro invisível

O espetacular lançamento do livro A privataria tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr., certamente um dos mais velozes fenômenos de venda da indústria brasileira de livros, produz outras circunstâncias estranhas, além do escancarado constrangimento da chamada grande imprensa: o autor e a editora foram vítimas de uma pirataria militante, com a distribuição ilegal de cópias digitais da obra.
Nas primeiras horas da manhã de terça-feira (13/12), cópias digitais em formato PDFjá estavam à venda ou eram distribuídas gratuitamente em vários sites. No blog livrodehumanas.org, podia-se baixar uma cópia gratuita ou com desconto de 30% sobre o preço oficial de R$ 34,90.
O publisher e sócio da Geração Editorial, Luiz Fernando Emediato, foi informado pelas redes sociais da derrama de exemplares pirateados quando o sistema paralelo de distribuição e venda já se configurava como uma ação viral – quando determinado tema entra simultaneamente entre os tópicos mais vistos da internet, através de sites, blogs, redes de relacionamento e sistemas de mensagens curtas, tornando-se quase impossível contê-lo.

Ao longo da terça-feira, o esforço da Geração Editorial ainda não havia conseguido bloquear o sistema paralelo de vendas, o que teoricamente deveria aumentar o interesse jornalístico por esse fenômeno do mercado editorial.
Não aconteceu

O sucesso estrondoso do livro criou uma situação inusitada: ele se instalou rapidamente no topo do ranking de vendas da Livraria da Folha na semana, enquando a Folha de S.Paulo seguia ignorando sua existência.
O leitor há de ficar atento à listagem dos livros mais vendidos na revista Veja, para verificar se o mistério se repete: um livro campeão de vendas que a imprensa considera inexistente.

Em entrevista à Agência Carta Maior, Luiz Fernando Emediato disse acreditar que a grande imprensa vai entrar em breve no debate que se seguiu à publicação, por causa do grande interesse demonstrado pelo público através das redes sociais e da mídia online.

Mas a chamada grande imprensa seguiu desprezando o acontecimento jornalístico mais interessante da temporada, assim como se calaram os principais personagens da história. Para os jornais, A privataria tucana é um livro invisível. É como se os editores acreditassem que aquilo que não sai na imprensa tradicional nunca aconteceu.
Apostando no silêncio

Emediato dizia esperar que o ex-governador José Serra viesse a público a qualquer momento para se justificar, uma vez que não é acusado diretamente dos crimes citados na reportagem. “Mas falar que não sabia das movimentações milionárias da filha, é algo difícil de acreditar”, afirmou.
Saboreando o sucesso comercial de seu empreendimento, o editor participou ativamente dos debates nas redes sociais desde o sábado, ao mesmo tempo em que administrava uma estratégia cautelosa em relação ao PSDB.

Pelo menos dois colunistas da Folha de S.Paulo e uma colunista do Estadão estavam digerindo o livro na terça-feira.

O ex-governador José Serra, principal personagem da reportagem, resolveu sair do mutismo e declarou ao site do Estadão, no fim da tarde de terça-feira (13), que não se manifestaria sobre o assunto. “Vou comentar o que sobre lixo? Lixo é lixo”, teria dito Serra, segundo a site do jornal paulista.
Presente ao mesmo evento, a inauguração da sala da liderança do PSDB na Câmara dos Deputados, batizada com o nome do falecido ex-deputado e jornalista Artur da Távola, o senador Aécio Neves, apontado como mentor da investigação que colocou Ribeiro Jr. na pista de José Serra, também evitou comentários, chamando a obra de “literatura menor”.

Todo o teor da reportagem trata de desqualificar o autor do livro. O mesmo viés aparece na repercussão imediata de outros sites da grande imprensa, na madrugada de quarta-feira (14).
A primeira manifestação de Serra depois da publicação do livro foi seguida de uma postagem no Twitter, na noite de terça-feira. “Não se faz política para ser-se digno. Faz-se política por ser digno”, escreveu, citando Artur da Távola. No mesmo horário a frase foi postada em sua página no Facebook (/timeserra45). No seu site (www.joseserra.com.br), atualizado pela última vez na véspera do lançamento do livro, seu artigo publicado originalmente no Estado de S.Paulo sob o título “O mal essencial” trata de corrupção. Nenhuma referência às acusações contidas no livro. Serra parece confiante de que, se a grande imprensa não noticiar, a onda vai passar.

Fonte: Observatório da Imprensa

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A "Veja" está numa sinuca de bico


A revista Veja está numa sinuca de bico com o livro de Amaury Ribeiro Jr. sobre a maior ladroagem da história do Brasil: a privataria tucana comandada por José Serra no governo FHC.

A revista não tem como contestar o conteúdo do livro, pois além das provas documentais, o livro aprofunda reportagens da própria revista Veja, de maio de 2002, sobre propinas na Privazatição da Vale e das teles, denunciadas pelo fogo amigo demo-tucano na época: o próprio comprador da Vale, Benjamin Steinbruch, os tucanos Paulo Renato de Souza e Mendonça de Barros, foram as fontes da revista.

É preciso entender o contexto da época, que levou os Civita a publicar o fogo amigo contra Serra. Eles desenganavam as chances de Serra vencer a eleição de 2002, e em conluio com o PFL de ACM e Bornhausen, procuravam eleger outro candidato que consideravam com mais chances de vencer Lula.


A aliança PSDB-PFL havia rachado. Serra trocara o PFL pelo PMDB como principal parceiro. ACM já atirava contra Serra, e era uma fonte constante de denúncias sobre Ricardo Sérgio. Em maio de 2002, Serra patinava nas pesquisas, havia abatido Roseana Sarney, a então candidata do PFL, e não conseguia herdar nem as intenções de votos que Roseana perdera. Os caciques ACM e Jorge Bornhausen desembarcaram na candidatura de Ciro Gomes, que crescia nas pesquisas, tinha um discurso de oposição, mas não sofria o preconceito e medo da elite, como Lula.
Foi nesse contexto que a revista Veja publicou denúncias envolvendo Ricardo Sérgio e Gregório Preciado, os mesmos protagonistas do livro de Amaury Ribeiro, e com as mesmas denúncias, só que desta vez com provas documentais, e acrescida a participação da filha e genro de José Serra.

A Veja não tem como apagar essas reportagens. Não pode fazer como FHC e dizer "esqueçam o que escrevi", justamente quando as suspeitas de então aparecem agora acompanhadas de provas no livro de Amaury.

A única coisa que a Veja pode fazer para proteger a corrupção tucana é o que está fazendo: silêncio sobre o assunto e cortina de fumaça com outras "denúncias" para preencher a pauta. Mas é preciso lembrar que essa conivência, mesmo que na forma de silêncio, hoje revela cumplicidade na corrupção. O fim de José Serra e do PSDB
Não vai dar para fazer silêncio para sempre, até porque o livro é só a ponta do iceberg. Imaginamos o quanto é doloroso para alguém com Reinaldo Azevedo ter que escrever o obituário político de José Serra, (cujo futuro é o mesmo de Maluf), e o fim do PSDB como alternativa de poder, justamente no momento em que o marqueteiro Antonio Lavareda tentava resgatar o que o tucanos acham que seja o legado de FHC. Com o livro de Amaury, o único legado de FHC que sobra é a maior roubalheira que uma grande nação já sofreu em seu patrimônio, pela rapinagem de politiqueiros embusteiros e traidores da pátria que venderam as riquezas da nação a preço de banana a troco de propinas. Pobre Aécio Neves (outro vendilhão). Sua estratégia de defender FHC e a privataria acabou de falir e precisa voltar para a prancheta dos marqueteiros para recauchutagem geral.

Há 9 anos, o mesmo trololó

Em 2010, toda vez que José Serra era perguntado sobre algum dos vários escândalos de corrupção que ele estave envolvido, ele desdenhava chamando de tititi e trololó. Em 2002 ele fez a mesma coisa:


Fonte: APL

Serra sondou editor para barrar livro


“A privataria tucana”, de Amaury Ribeiro Júnior, é um livro polêmico, escrito por um jornalista não menos polêmico, mas certamente competente no que faz. Ex-repórter especial da revista Istoé e do jornal O Globo, Amaury já faturou vários prêmios Esso, que foram celebrados por seus colegas e patrões. Na campanha presidencial de 2010, Amaury caiu em desgraça, acusado de tentar comprar dados de familiares de José Serra protegidos por sigilo fiscal. Neste fim de semana, o jornalista vive sua redenção pessoal. É ele o autor do maior fenômeno editorial brasileiro dos últimos anos. Um livro, que, embora boicotado pelos veículos tradicionais de comunicação, vendeu 15 mil exemplares em um dia, sendo disputado nas livrarias como pão quente.

Por trás desse sucesso, há o dedo de um editor não menos polêmico e também muito competente. É o jornalista Luiz Fernando Emediato, dono da Geração Editorial, que tem estendido a mão a repórteres dispostos a contar boas histórias. Recentemente, ele emplacou grandes sucessos de cunho político, como “Memória das Trevas”, sobre Antônio Carlos Magalhães, vulgo Toninho Malvadeza, e “Honoráveis Bandidos”, sobre a família Sarney, escrito por nosso nobre colaborador Palmério Doria.

Emediato falou ao 247 sobre o desempenho comercial de “A privataria tucana”. E também revelou que o ex-governador paulista agiu para evitar a publicação.

Você esperava esse desempenho de um livro sobre privatizações que aconteceram há tanto tempo?

Nunca vi nada igual. Foram 15 mil livros vendidos num único dia. É um fenômeno.

Como foi a estratégia de divulgação?

Nós tínhamos receio de alguma ordem judicial que impedisse a distribuição. E não mandamos para nenhuma redação. Apenas o autor enviou um exemplar para a Carta Capital, mas todo o barulho foi feito na internet, inclusive por vocês que anteciparam o lançamento. O sucesso prova que há uma grande transformação na sociedade brasileira e revela a força da blogosfera.

A Geração já mandou rodar uma nova edição?

Estamos imprimindo mais 15 mil. Subestimamos a demanda, mas o erro não foi só nosso. Algumas livrarias não estavam acreditando. Mas em uma semana o livro estará, de novo, em todos os pontos comerciais.

Você sofreu alguma pressão para não publicar o livro?

Eu não diria pressão, mas há alguns dias fui procurado por uma pessoa que propôs uma conversa com o ex-governador José Serra.

Quem foi?

Era o Antônio Ramalho, um sindicalista do PSDB que é vice-presidente da Força Sindical.

Você se sentiu intimidado?

Não foi exatamente uma intimidação, até porque a abordagem do Ramalho, de quem sou amigo, foi muito elegante. Sentamos, tomamos um café, ele disse que o Serra queria conversar, eu disse que não e pagamos a conta. Num país democrático, quem se sentir incomodado tem o direito de me processar. Teve uma vez que o Guilherme Afif (vice-governador de São Paulo) veio me atacando aos berros, mas eu não dei muita bola.

Você espera muitos processos?

Pode ser, mas os nossos advogados dizem que a chance de perdermos é muito pequena. O livro é muito bem documentado. E não há ataques pessoais. São fatos concretos.

Serra é tido como uma pessoa vingativa.

Dizem que o Serra não tem adversários, tem inimigos. Eu acho até que já fui vítima dele, numa matéria da Veja, chamada “O lado negro da Força”, onde me enfiaram sem que eu tivesse nada a ver com aquilo. Mas não foi isso que me levou a publicar o livro. E eu, que me senti ofendido pela Veja, processei a revista. Acho que vou ganhar.

Com esses dados de vendas, o livro certamente entrará na lista de mais vendidos. Você acha que entra na Veja?

Tem que entrar, se não vai ficar muito feio para eles. A velocidade de vendas da “Privataria Tucana” é superior à do “Honoráveis Bandidos”, que começou em quarto, subiu para terceiro, segundo e depois ficou várias semanas em primeiro. Se a Veja não colocar vai ficar feio, porque o livro certamente entrará na lista da Folha, do Estadão, da Época...

Como foi 2012 para a Geração Editorial?

Foi nosso melhor ano. Éramos uma editora pequena, que faturava R$ 3 milhões/ano. Ainda somos pequenos, mas vamos chegar a uns R$ 7 milhões ano.

Qual é o papel deste livro no momento de “faxina ética”?

Talvez seja um remédio contra a hipocrisia.
 
 
Para saber mais sobre o lançamento do livro do Amaury, clique no link abaixo:

http://vereadorserginhomartins.blogspot.com/2011/12/chega-as-livrarias-privataria-tucana-de.html

Fonte: Blog do Miro

Escândalo Serra: como enfrentar o boicote da mídia?

Com poucas exceções, a velha mídia evita comentar o lançamento do livro "A privataria Tucana", do jornalista Amaury Ribeiro Júnior. Para pressionar por investigações do caso, que traz documentos sugerindo o envolvimento de lideranças do PSDB com corrupção durante privatizações realizadas na década de 1990, até o envio de exemplares da obra ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, viram forma de pressionar por investigação.O livro é produto de dez anos de trabalho do autor. Ele reúne documentos sobre a venda de estatais principalmente durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, com destaque para o das telecomunicações. Casos como a lavagem de dinheiro por meio do Banestado, banco público do Paraná, de 1996 a 2000, acusações contra o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, e a versão do jornalista sobre as acusações contra ele no caso dos supostos dossiês contra lideranças tucanas na eleição de 2010 também fazem parte da obra.

Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil de 1995 a 1998 e ex-tesoureiro de campanha do PSDB, e o ex-governador paulista José Serra são dois dos principais alvos. Pelo menos são os que saem mais maculados. Ricardo Sérgio é apontado como "artesão" dos consórcios para a privatização – com suposto direito a propina por meio de escritórios nos Estados Unidos e em paraísos fiscais para lavar o dinheiro ao trazê-lo ao país. Já Serra tem sua filha, Verônica, e outros parentes elencados também como destino de dinheiro desviado, ainda segundo as conclusões do autor.

Conceição de Oliveira, do blogue MariaFrô, acompanhou a movimentação dos veículos de comunicação tradicionais na sexta-feira (9), data em que os exemplares começaram a ser vendidos em livrarias e que o conteúdo da obra foi noticiado. Enquanto a notícia se espalhava por blogues e pelas redes sociais, o título de uma nota na Folha de S.Paulo falava apenas em "polêmica".

Diante do cenário, Eduardo Guimarães, autor do Blog da Cidadania, propôs uma forma inusitada de pressão. Ele afirma ter enviado pelo Correio um exemplar do livro a Roberto Gurgel acompanhado de uma carta pedindo apuração sobre as conclusões do livro. Ele sugere que seus leitores façam o mesmo "para que os crimes dos ladrões de patrimônio público não fiquem impunes". O protesto custaria "nem R$ 50", segundo cálculos do blogueiro.

Para saber mais sobre o lançamento do livro do Amaury, clique no link abaixo:

http://vereadorserginhomartins.blogspot.com/2011/12/chega-as-livrarias-privataria-tucana-de.html

Fonte: Rede Brasil Atual

“Não sou a presidenta das corporações, mas sim de 40 milhões de argentinos”


            Cristina Fernández de Kirchner prestou juramento, sábado, e deu início ao seu segundo mandato como presidenta da Argentina. No seu discurso, destacou os avanços que o país teve na área dos direitos humanos e também na economia. Em uma forte crítica ao sistema financeiro, lembrou que seu governo teve que suportar cinco ataques cambiais por parte de corporações que acreditavam que o governo iria ceder. “Que fique claro para todos: não sou a presidenta das corporações”.

Em uma Buenos Aires embandeirada e em clima de festa, Cristina Fernández de Kirchner prestou juramento, sábado, como presidenta da Argentina, enquanto centenas de pessoas se reuniram nas ruas próximas ao Congresso Nacional em uma manifestação de apoio popular a chefe de governo que inicia seu segundo mandato presidencial. Cristina Fernández fez seu juramento recordando com emoção o ex-presidente Néstor Kirchner e recebendo a faixa presidencial das mãos de sua filha Florencia, diante de presidentes da região, autoridades, convidados e apoiadores. Posteriormente, a primeira chefe de Estado latino-americana reeleita pelas urnas iniciou um discurso onde repassou as conquistas de seu primeiro mandato.

A presidenta reconheceu com orgulho que, no dia dos Direitos Humanos, reassumia como chefe de Estado de um país que avançou na direção do fim da impunidade graças às políticas de Estado e aos tribunais de justiça, e lembrou que há quatro anos, ao assumir seu primeiro mandato, pediu à Justiça que avançasse no julgamento contra os repressores da ditadura.

Neste sentido, ela lembrou de Ana Teresa Diego, uma jovem argentina estudante de astronomia da Universidade de La Plata que, em 1976, foi sequestrada pela ditadura. Seu nome, “Anadiego” foi utilizado pela União Astronômica Internacional para denominar um asteroide. Recordou também que, há alguns dias, havia visto a fotografia da presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, quando tinha 22 anos e, após várias sessões de tortura, era submetida a um interrogatório pelos militares brasileiros. “Eu pensei por um minuto, hoje, Dilma ocupa o comando de um dos países mais importantes do mundo. Esta jovem (Ana Diego) poderia estar sentada neste mesmo lugar onde estou hoje”.

Destacou também os êxitos econômicos de seu governo, como o índice de cobertura previdenciária que permitiu que 96% dos argentinos estejam em condições de se aposentar no futuro. “Não vamos abandonar nossas convicções e vamos seguir trabalhando por uma Argentina mais justa e mais solidária”. Em uma forte crítica ao sistema financeiro, lembrou que seu governo teve que suportar cinco ataques cambiais por parte de corporações que acreditavam que o governo iria ceder. “Que fique claro para todos: não sou a presidenta das corporações”, enfatizou.

Ela também fez menção especial a Lei dos Meios de Comunicação que permitiu democratizar a informação e fez um chamado à população para que leia diariamente os jornais como um exercício militante.

A união latino-americana também ganhou uma menção especial. Diante das presenças de vários presidentes da região, Cristina Fernández indicou que nada seria possível se eles não tivessem reorientado estrategicamente a economia e sua visão de mundo. “Sabemos que, na integração regional, está uma das melhores defesas que podemos ter contra um mundo difícil e repleto de desafios que devemos enfrentar. Felizmente, os chefes e chefas de Estado da América do Sul, para além das nossas diferenças - que são normais, sabemos que nosso futuro está interligado, lado a lado, com mãos e braços enlaçados, como queria (o poeta uruguaio) Mario Benedetti”.

Um pouco antes, o vice-presidente Amado Boudou também jurou perante o Congresso por “Deus, a pátria, os santos evangélicos, a desempenhar seu cargo com lealdade e patriotismo” e observar fielmente o cumprimento da Constituição. Depois, a presidenta e Amaro Boudou foram para a Casa Rosada, onde tomaram o juramento dos ministros do gabinete nacional e receberam a saudação protocolar dos convidados estrangeiros. Enquanto isso, na Praça de Maio, ocorria um festival popular de música com a presença de organizações sociais da grande Buenos Aires.


Fonte: Carta Capital

Chega às livrarias "A Privataria tucana", de Amaury Jr. Saiba aqui o que há no livro


Não, não era uma invenção ou uma desculpa esfarrapada. O jornalista Amaury Ribeiro Jr. realmente preparava um livro sobre as falcatruas das privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso. Neste fim de semana chega às livrarias “A Privataria Tucana”, resultado de 12 anos de trabalho do premiado repórter, que durante a campanha eleitoral do ano passado foi acusado de participar de um grupo cujo objetivo era quebrar o sigilo fiscal e bancário de políticos tucanos. Ribeiro Jr. acabou indiciado pela Polícia Federal e tornou-se involuntariamente personagem da disputa presidencial.

Na edição que chega às bancas nesta sexta-feira 9, CartaCapital traz um relato exclusivo e minucioso do conteúdo do livro de 343 páginas publicado pela Geração Editorial e uma entrevista com autor (reproduzida abaixo). A obra apresenta documentos inéditos de lavagem de dinheiro e pagamento de propina, todos recolhidos em fontes públicas, entre elas os arquivos da CPI do Banestado. José Serra é o personagem central dessa história. Amigos e parentes do ex-governador paulista operaram um complexo sistema de maracutaias financeiras que prosperou no auge do processo de privatização.

Ribeiro Jr. elenca uma série de personagens envolvidas com a “privataria” dos anos 1990, todos ligados a Serra, aí incluídos a filha, Verônica Serra, o genro, Alexandre Bourgeois, e um sócio e marido de uma prima, Gregório Marín Preciado. Mas quem brilha mesmo é o ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, o economista Ricardo Sérgio de Oliveira. Ex-tesoureiro de Serra e FHC, Oliveira, ou Mister Big, é o cérebro por trás da complexa engenharia de contas, doleiros e offshores criadas em paraísos fiscais para esconder os recursos desviados da privatização.

O livro traz, por exemplo, documentos nunca antes revelados que provam depósitos de uma empresa de Carlos Jereissati, participante do consórcio que arrematou a Tele Norte Leste, antiga Telemar, hoje OI, na conta de uma companhia de Oliveira nas Ilhas Virgens Britânicas. Também revela que Preciado movimentou 2,5 bilhões de dólares por meio de outra conta do mesmo Oliveira. Segundo o livro, o ex-tesoureiro de Serra tirou ou internou no Brasil, em seu nome, cerca de 20 milhões de dólares em três anos.

A Decidir.com, sociedade de Verônica Serra e Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, também se valeu do esquema. Outra revelação: a filha do ex-governador acabou indiciada pela Polícia Federal por causa da quebra de sigilo de 60 milhões de brasileiros. Por meio de um contrato da Decidir com o Banco do Brasil, cuja existência foi revelada por CartaCapital em 2010, Verônica teve acesso de forma ilegal a cadastros bancários e fiscais em poder da instituição financeira.

Na entrevista a seguir, Ribeiro Jr. explica como reuniu os documentos para produzir o livro, refaz o caminho das disputas no PSDB e no PT que o colocaram no centro da campanha eleitoral de 2010 e afirma: “Serra sempre teve medo do que seria publicado no livro”.

Reporter: Por que você decidiu investigar o processo de privatização no governo Fernando Henrique Cardoso?

Amaury Ribeiro Jr.: Em 2000, quando eu era repórter de O Globo, tomei gosto pelo tema. Antes, minha área da atuação era a de reportagens sobre direitos humanos e crimes da ditadura militar. Mas, no início do século, começaram a estourar os escândalos a envolver Ricardo Sérgio de Oliveira (ex-tesoureiro de campanha do PSDB e ex-diretor do Banco do Brasil). Então, comecei a investigar essa coisa de lavagem de dinheiro. Nunca mais abandonei esse tema. Minha vida profissional passou a ser sinônimo disso.

Reporter: Quem lhe pediu para investigar o envolvimento de José Serra nesse esquema de lavagem de dinheiro?

ARJ: Quando comecei, não tinha esse foco. Em 2007, depois de ter sido baleado em Brasília, voltei a trabalhar em Belo Horizonte, como repórter do Estado de Minas. Então, me pediram para investigar como Serra estava colocando espiões para bisbilhotar Aécio Neves, que era o governador do estado. Era uma informação que vinha de cima, do governo de Minas. Hoje, sabemos que isso era feito por uma empresa (a Fence, contratada por Serra), conforme eu explico no livro, que traz documentação mostrando que foi usado dinheiro público para isso.

Reporter: Ficou surpreso com o resultado da investigação?

ARJ: A apuração demonstrou aquilo que todo mundo sempre soube que Serra fazia. Na verdade, são duas coisas que o PSDB sempre fez: investigação dos adversários e esquemas de contrainformação. Isso ficou bem evidenciado em muitas ocasiões, como no caso da Lunus (que derrubou a candidatura de Roseana Sarney, então do PFL, em 2002) e o núcleo de inteligência da Anvisa (montado por Serra no Ministério da Saúde), com os personagens de sempre, Marcelo Itagiba (ex-delegado da PF e ex-deputado federal tucano) à frente. Uma coisa que não está no livro é que esse mesmo pessoal trabalhou na campanha de Fernando Henrique Cardoso, em 1994, mas sob o comando de um jornalista de Brasília, Mino Pedrosa. Era uma turma que tinha também Dadá (Idalísio dos Santos, araponga da Aeronáutica) e Onézimo Souza (ex-delegado da PF).

Reporter: O que você foi fazer na campanha de Dilma Rousseff, em 2010?

ARJ: Um amigo, o jornalista Luiz Lanzetta, era o responsável pela assessoria de imprensa da campanha da Dilma. Ele me chamou porque estava preocupado com o vazamento geral de informações na casa onde se discutia a estratégia de campanha do PT, no Lago Sul de Brasília. Parecia claro que o pessoal do PSDB havia colocado gente para roubar informações. Mesmo em reuniões onde só estavam duas ou três pessoas, tudo aparecia na mídia no dia seguinte. Era uma situação totalmente complicada.

Reporter: Você foi chamado para acabar com os vazamentos?

ARJ: Eu fui chamado para dar uma orientação sobre o que fazer, intermediar um contrato com gente capaz de resolver o problema, o que acabou não acontecendo. Eu busquei ajuda com o Dadá, que me trouxe, em seguida, o ex-delegado Onézimo Souza. Não tinha nada de grampear ou investigar a vida de outros candidatos. Esse “núcleo de inteligência” que até Prêmio Esso deu nunca existiu, é uma mentira deliberada. Houve uma única reunião para se discutir o assunto, no restaurante Fritz (na Asa Sul de Brasília), mas logo depois eu percebi que tinha caído numa armadilha.

Reporter: Mas o que, exatamente, vocês pensavam em fazer com relação aos vazamentos?

ARJ: Havia dentro do grupo de Serra um agente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) que tinha se desentendido com Marcelo Itagiba. O nome dele é Luiz Fernando Barcellos, conhecido na comunidade de informações como “agente Jardim”. A gente pensou em usá-lo como infiltrado, dentro do esquema de Serra, para chegar a quem, na campanha de Dilma, estava vazando informações. Mas essa ideia nunca foi posta em prática.

Reporter: Você é o responsável pela quebra de sigilo de tucanos e da filha de Serra, Verônica, na agência da Receita Federal de Mauá?

ARJ: Aquilo foi uma armação, pagaram para um despachante para me incriminar. Não conheço ninguém em Mauá, nunca estive lá. Aquilo faz parte do conhecido esquema de contrainformação, uma especialidade do PSDB.

Reporter: E por que o PSDB teria interesse em incriminá-lo?

ARJ: Ficou bem claro durante as eleições passadas que Serra tinha medo de esse meu livro vir à tona. Quando se descobriu o que eu tinha em mãos, uma fonte do PSDB veio me contar que Serra ficou atormentado, começou a tratar mal todo mundo, até jornalistas que o apoiavam. Entrou em pânico. Aí partiram para cima de mim, primeiro com a história de Eduardo Jorge Caldeira (vice-presidente do PSDB), depois, da filha do Serra, o que é uma piada, porque ela já estava incriminada, justamente por crime de quebra de sigilo. Eu acho, inclusive, que Eduardo Jorge estimulou essa coisa porque, no fundo, queria apavorar Serra. Ele nunca perdoou Serra por ter sido colocado de lado na campanha de 2010.

Reporter: Mas o fato é que José Serra conseguiu que sua matéria não fosse publicada no Estado de Minas.

ARJ: É verdade, a matéria não saiu. Ele ligou para o próprio Aécio para intervir no Estado de Minas e, de quebra, conseguiu um convite para ir à festa de 80 anos do jornal. Nenhuma novidade, porque todo mundo sabe que Serra tem mania de interferir em redações, que é um cara vingativo.

Fonte: Carta Capital

domingo, 11 de dezembro de 2011

Do paraíso fiscal ao Paraíso, SP. A conexão-PHC


Não, não é FHC, de Fernando Henrique Cardoso. É mesmo PHC, de Paulo Henrique Cardoso, filho do ex-presidente.

É o primeiro dos fios do novelo obscuro puxado pelo livro “Privataria Tucana” que, nós dissemos, iam começar a ser puxados.
Aos fatos, sem ilações e com documentos.



O livro de Amaury Ribeiro mostra que as empresas de fachada offshore de Ricardo Sérgio Oliveira, Verônica Serra e seu marido Alexandre Bourgeois foram abrigadas no Citco Building, edifício-sede de um grupo de companhias que, além das Ilhas Virgens onde se situa, se espalha pelos ancoradouros piratas de Aruba, Curaçao, Bahamas, Ilhas Cayman, Barbados e por aí …

Eles foram para a sede da Citco B.V.I. Limited, em Tortola, como está documentado no livro de Amaury.



Foram longe, porque a Citco tem um escritório de negócios no Brasil. Bem ali em São Paulo, na Avenida Bernardino de Campos, 98, 14° andar, no bairro – se podemos perdoar a ironia – do Paraíso, onde funciona a Citco Corporate Serviços Limitada, uma “pequena empresa” – com capital registrado de apenas R$ 10 mil – dirigida pelo senhor José Tavares de Lucena, representante plenipotenciário da Citco Corporate Services, situada no 26° andar do número 701 da Brickell Avenue, em Miami, Flórida.



O décimo-quarto andar do nosso Paraíso paulistano é também a sede de inúmeras empresas. O senhor Lucena é um homem polivalente, que administra um uma plêiade de empresas dedicadas a negócios imobiliários (a Select Brasil Investimentos), de telecomunicações( BBT do Brasil), informática (Torex International Sistemas de Informática), de embalagens (Dixie Toga, a dos copinhos plásticos) e muitas outras.



Nessa árdua tarefa ele tem a ajuda de outro contador, Jobelino Vitoriano Locateli, ambos muito atarefados com suas tarefas de representar oficialmente instituições de grande porte, como o JP Morgan e Citibank.
Mas sobra um cantinho no amplo andar do prédio da Bernardino de Campos para empresas menores,tão pobres quanto a pobre Citco Corporate Serviços Limitada e seus R$ 10 mil de capital social.

É o caso da Radio Holdings SA , que tem capital social neste valor, dos quais 98,6% (R4 9.860,00) pertencem a PHC, Paulo Henrique Cardoso, como demonstra certidão da Junta Comercial de São Paulo. Lucena e Jobelino revezam-se como administradores da empresa de PHC.

Esta pobre microempresa do filho do ex-presidente Fernando Henrique comprou, por R$ 2,98 milhões - 300 vezes seu capital social – a Rádio Itapema FM, que pertenceu ao grupo Manchete e ao RBS. E o fez como sócia majoritária de ninguém menos que a Walt Disney Company, sob o nome de ABC Venture Corp, no endereço nos famosos estúdios de Burbank, Califórnia.

A rádio, claro, certamente por economia, também foi para efeitos fiscais, para o Paraíso paulistano da Bernardino de Campos, no mesmo lotado 14°andar.

Mas nada disso vai para os jornais.

Sobre os temas tucanos, o jornalismo investigativo brasileiro não aguenta sequer uma manhã de Google.

Será que o Ministério Público é melhor que ele?

Fonte: Tijolaço.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Desmatamento na Amazônia cai 11,7% e País cumpre a redução assumida em Copenhagen

O desmatamento na Amazônia atingiu os menores níveis desde 1988. A área desmatada de agosto de 2010 a julho de 2011 foi de 6,2 mil Km² - 11,7% inferior aos 7 mil Km² registrado no mesmo período entre 2009-2010, de acordo com Prodes, sistema que monitora anualmente o desflorestamento em áreas de até 6,25 hectares, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os números deste ano revelam que o Brasil cumpre as metas de redução do desmatamento assumidas na Conferência do Clima, em Copenhagen, em 2009.

Até 2020, a redução deve ser de 80% do desmatamento, de acordo com a Política Nacional sobre Mudanças Climáticas, aprovada pelo Congresso e sancionada pelo Executivo. Com a devastação em queda, o objetivo agora é investir na recuperação de áreas do bioma que já foram desmatadas e estão abandonadas. “O que está em debate hoje não é só coibir o desmatamento, temos que avançar em relação ao que está em regeneração na Amazônia”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

Cerca de 20% de toda a área já desmatada na Amazônia são ocupadas por vegetação secundária, áreas que se encontram em processo de regeneração avançado ou que tiveram florestas plantadas com espécies exóticas, de acordo com levantamento feito pelo Inpe e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Estimativa - A estimativa apresentada na última segunda-feira (5) pelo Ministério do Meio Ambiente baseou-se na análise de 96 imagens, que cobrem 90% de todo o desmatamento na região. E deverá ser complementada pelo diagnóstico de mais 117 imagens restantes, necessárias para cobrir a área de floresta na Amazônia Legal. A margem de erro é de 10% e os números finais saem em meados de 2012.

O estudo aponta que Mato Grosso e Rondônia foram os estados que mais desmataram no período. O Pará registrou uma redução de quase 900 Km². Oito novos municípios entraram na lista dos prioritários de operações de fiscalização.

Desde abril, foram feitas fiscalizações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Polícia Federal, a Força Nacional de Segurança e o Exército, que estancaram o crescimento medido pelo Inpe na virada do ano.

Banco negociará crédito de carbono

A Caixa Econômica Federal e o Banco Mundial assinaram, na última segunda-feira (5), o primeiro acordo de compra e venda de Emissões Reduzidas, junto ao fundo Carbon Partnership Facility (CPF), para negociar créditos de carbono no mercado global. O acordo permitirá a Caixa oferecer financiamento para implantação de aterros sanitários, tendo como garantia acessória do empréstimo as receitas geradas pela

Redução Certificada de Emissões (RCE), também conhecida como crédito de carbono, lastreadas com recursos do CPF. Na ocasião, também foi assinado acordo de empréstimo de US$ 50 milhões para aplicação em projetos de resíduos sólidos urbanos e financiamento de carbono.

Pela parceria, além de disponibilizar recursos para redução dos principais impactos sociais e ambientais, a Caixa passa também a fomentar operações de financiamento, por meio das receitas de crédito de carbono, e estimular o segmento de Resíduos Sólidos Urbanos, já que, para se obter a garantia do crédito, será necessária a preparação e entrega de projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).

Fonte: Secom.