Venda de cerveja nos estádios
Não temos uma lei nacional. O que há é uma norma da CBF. Em competições organizadas pela CBF, não se consome bebida. Quando o jogo não é da CBF, e já acontece em outros torneios de outras responsabilidades, há o consumo. Na Europa, há uma legislação diferenciada. É possível consumir no bar do estádio. Não se pode é portar, para evitar que sirva como instrumento de prática de violência. Nesse debate, há preocupações legítimas com torcedor, com patrocinadores, segurança e saúde. O que nos parece é que é necessário achar o equilíbrio para não cometer uma violência unilateral e tentar atender a todos os lados. Assim, me parece que a tendência entre os parlamentares que trabalham na Lei Geral da Copa é permitir com limites. Não poder circular em ambientes coletivos. O consumo seria no bar, no restaurante. Hoje, os estádios têm grande número de restaurantes, de bares, shoppings, centros de convenção.
Relação com a Fifa
A Fifa tem os seus interesses legítimos como organizadora e patrocinadora do futebol e nós respeitamos. Mas é uma organização privada, que cuida de seus interesses privados. O governo é um ente público que tem de cuidar também de interesses dos quais, legitimamente, porque não é o papel dela, a Fifa não cuida. Temos de compor esses interesses até o limite do interesse nacional e público, que no fundamental não estão em conflito com os interesses da Fifa. Há uma diferença ou outra. Se há diferença quando se propõe pauta em redação, imagine num evento desse. Mas tudo conduzido com espírito de unidade, de respeito e de cooperação.
Lei Geral
No Brasil não é fácil aprovar uma lei. Tem gente que se queixa. Eu acho bom. Se pudesse aprovar uma lei do dia para a noite, imagine que tipo de lei estaríamos aprovando dia e noite. É preciso ter critérios, regras. Muita gente é ouvida. Especialistas, entidades, organizações. Tudo isso está envolvido num debate desses. Mas a Câmara já deixou a Lei Geral pronta para ser votada. E a Câmara faz o papel de mais longo prazo. Ela praticamente esgota o debate. Quando chega no Senado, o prazo é menor. Por isso creio que é possível aprovar em março. Mais do que possível, acho necessário, porque o próprio governo precisa dessa legislação para ter referência sobre as próximas iniciativas a serem adotadas. Os organizadores e consumidores, também.
Arena das Dunas, em Natal
Eu penso que a declaração do secretário geral da Fifa, Jérôme Valcke (sobre o atraso nas obras do estádio), foi exatamente no sentido de garantir a inclusão de Natal no Mundial. A cidade vai participar, mas tem de corresponder com o compromisso de estádio pronto. O Valcke falou que precisa entregar no prazo. O prazo para entrega em Natal é dezembro de 2013, e é plenamente possível.
Exigências da Fifa ao país e às outras sedes
O acordo, o contrato da Fifa, tem isonomia, é igual para todos. Eu peguei muitos deles. Da África do Sul, da Alemanha, da Coreia do Sul, da França e dos Estados Unidos. Todos assumem compromissos parecidos, semelhantes. Eles assumem até com mais facilidade porque, por exemplo, no caso da Alemanha, toda a legislação que a Fifa pedia já estava na legislação europeia, porque já está prevista para organização dos campeonatos europeus. Lá foi facilmente resolvido. Aqui tivemos pequena diferenças. Mas as exigências são muito parecidas, semelhantes.
Possibilidade de dívidas no pós Copa
O governo não terá. Estamos recebendo inclusive investimentos em função dos dois grandes eventos (Copa e Olimpíadas). Os entes privados, por exemplo, construtores dos estádios, fizeram consórcios e contraíram dívida com o BNDES. Houve uma linha de financiamento de até R$ 400 milhões. O governo exigiu garantia real.
Aeroportos
Estou otimista e vou dizer o porquê. Temos grandes investimentos previstos na infraestrutura aeroportuária. Boa parte serão investimentos privados, por concessões. O terminal de Cumbica, em Guarulhos, será privado. Já foi privatizado o de Natal. O problema é que subestimamos o crescimento da procura pelos aeroportos, o número de passageiros. Isso tanto governo quanto setor privado, ninguém imaginava que cresceria tanto a demanda por transporte aéreo. A projeção para 2014 é ampliar o fornecimento do serviços, a nossa capacidade de transporte. Os serviços disponíveis nos aeroportos do Brasil precisam melhorar e muito. Não dá para ficar uma hora numa fila de táxi, por exemplo. Esses serviços, além das demandas da pistas, da capacidade de receber aeronaves. É um desafio do governo e dos concessionários. E não só para a Copa ou as Olimpíadas. É uma questão posta para a população do Brasil e para os turistas hoje.
Fonte: Portal da Copa
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