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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Caminhada Porto Ferreira-Tambaú torna-se evento oficial

Projeto de minha autoria exalta iniciativa de fiéis

A Sexta-feira Santa deste ano ganhará mais um evento oficial na cidade.Trata-se da “Caminhada Porto Ferreira-Tambaú”, que tradicionalmente ocorre na última sexta-feira do mês de Abril e que, até então, era organizado por populares.

O projeto, aprovado por unanimidade na última sessão ordinária da Câmara Municipal, foi desenvolvido por mim e partiu de uma iniciativa popular, ou seja, surgiu de uma demanda apontada pelos fiéis, que anualmente participam da caminhada e que cobravam um maior envolvimento do poder público local. Quem encaminhou a proposta foi o senhor Gilberto Spagnolo, um dos organizadores.

Com a aprovação, a caminhada se torna oficial, passa a compor o calendário de eventos da cidade e será organizada pela Divisão Municipal de Cultura, possibilitando oferecer uma estrutura mais adequada aos participantes.

Histórico da caminhada: Há 16 anos alguns moradores de Porto Ferreira resolveram sair a pé em direção a Tambaú. A ideia era percorrer a vicinal do Brejão, passando pelo Distrito de Santa Cruz da Estrela, até o cemitério onde está sepultado o corpo do Padre Donizete. O dia escolhido foi uma Sexta-feira Santa, data em que os aventureiros percorreram os 34 quilômetros sem qualquer estrutura de apoio, o que quase comprometeu o objetivo do grupo.
        
O feito é creditado aos ferreirenses Manoel Joaquim Loureiro dos Santos Neto, Marcelo Bacarin, Luis César Lanzoni, José Mário Foratini e Luiz Carlos Vendrami. Com o passar dos anos, os adeptos à caminhada cresceu. Em 2007, foram 210 pessoas inscritas e em 2008, foram mais de 300 cidadãos. Os motivos para participar são os mais variados: uns visam o pagamento de promessas, outros querem apenas praticar uma atividade física ou participar de uma aventura com os amigos; estudantes cumprem horas de estágio da Faculdade de Educação Física, monitorando o "fôlego" de todos.

Com isso, o evento tornou-se tradição e muitas pessoas aguardam ansiosamente a data para poder participar. São pessoas de todas as idades – dos 13 aos 70 anos – que se mobilizam a fim de participar de uma atividade cansativa, porém prazerosa e que contribui para o bem estar físico, mental e, por que não dizer, espiritual. Além disso, o evento possibilita uma grande contribuição à coletividade, pois valoriza sua cultura, as iniciativas dos cidadãos comuns e, por fim, destina às instituições sociais e ao Departamento Municipal de Promoção Social, produtos de limpeza, higiene pessoal e fraldas geriátricas que são arrecadados no momento das inscrições (Fonte: Jornal do Porto).


Na próxima sexta-feira, dia 22 de abril, às 00h00, será realizada a 16.ª edição da “Caminhada Porto Ferreira-Tambaú” e este ano, com a aprovação do projeto de lei, teremos um motivo a mais  para comemorar.


Agradeço ao prefeito Mauricio Rasi, por atender mais um pedido da comunidade católica.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Aécio: mais para Collor do que para Tancredo

Escutei o discurso de Aécio.
Confesso que esperava mais.
Mas devo reconhecer que FHC tinha razão quando ele disse que Aécio é apenas o parente de Tancredo.
O discurso é uma colagem de clichês – como alguém que pega um roteiro e vai preenchendo com aquilo que pode impactar. Como ensinava meu velho pai: em terra de vesgo, quem tem um olho no máximo enxerga meia realidade.
Pensei que depois de dois anos de mandato de governador, tendo uma passagem apagada antes como Federal… pensei sinceramente que Aécio tivesse crescido intelectualmente, tivesse amadurecido politicamente, tivesse aprendido com os mineiros. Mas me lembrei: ele não é mineiro. Ele é uma espécie de carioca que optou por Minas apenas por comodismo e a facilidade de se apresentar sempre com um caixão debaixo do braço.
Definitivamente, Aécio, depois deste dircurso, cheio de lugares-comuns, cheio de futilidades linguísticas.. ele está sim mais para o Collor caçador de marajás e que falava qualquer besteira e a mídia do Rio e São Paulo transformava em grande evento político.
E sem querer fazer qualquer ironia, cabe lembrar que Collor e Aécio são dois cariocas – inclusive recaindo sobre os dois as mesmas dúvidas quanto a condutas e hábitos.
A dúvida que fica depois de tanto vazio em palavras é se a mídia irá tornar o vazio um poço de sabedoria.
Para quem esperava ver surgir, no discurso, a esperança de um futuro líder da oposição, a papagaiada de Aécio deixou a firme convicção do ressurgimento de um fantasma do passado. Resta saber se o povo brasileiro aceitará ser tapeado mais uma vez.

Fonte: Passe Livre.

Viva! Não tiraram o pouco que os professores têm

O Supremo Tribunal Federal acaba de derrubar o pedido de inconstitucionalidade movido pelos estados do do Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Ceará contra o piso nacional do Magistério, uma lei de autoria do senador Cristóvam Buarque sancionada pelo Presidente Lula.

Fica valendo, para todo o país, um piso que, em fevereiro, passou de R$ 1.024,67 para R$ 1.187,08.
Estado algum pode deixar de pagar, pelo menos, “esta fortuna” aos seus mestres.

Ficou ainda por ser julgada a obrigatoriedade de um terço da jornada de 40 horas do professor ser dedicada a atividades extra-classe e ao aperfeiçoamento.

Fonte: Tijolaço.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Japão: um país de um povo respeitável

Quando voltei ao Brasil, depois de residir doze anos no Japão, me incumbi da difícil missão de transmitir o que mais me impressionou do povo Japonês: kokoro. Kokoro  ou Shin significa coração-mente-essência.

Como educar pessoas a ter sensibilidade suficiente para sair de si mesmas, de suas necessidades pessoais e se colocar à serviço e disposição do grupo, das outras pessoas, da natureza ilimitada?

Outra palavra é gaman: aguentar, suportar.  Educação para ser capaz  de suportar dificuldades e superá-las.

Assim, os eventos de 11 de março, no Nordeste japonês, surpreenderam o mundo  de duas maneiras. A primeira pela violência do tsunami e dos vários terremotos, bem como dos perigos de radiação das usinas nucleares de Fukushima. A segunda pela disciplina, ordem, dignidade, paciência, honra e respeito de todas as vítimas.

Filas de pessoas passando baldes cheios e vazios, de uma piscina para os banheiros. Nos abrigos, a surpresa das repórteres norte americanas: ninguém queria tirar vantagem sobre ninguém. Compartilhavam cobertas, alimentos, dores, saudades, preocupações, massagens. Cada qual se mantinha em sua área.

As crianças não faziam algazarra, não corriam e gritavam, mas se mantinham no espaço que a família havia reservado. Não furaram as  filas para assistência médica – quantas pessoas necessitando de remédios perdidos, mas esperaram sua vez também para receber água, usar o telefone, receber atenção médica,  alimentos, roupas e escalda pés singelos, com pouquíssima água. 

Compartilharam também do resfriado, da falta de água para higiene pessoal e coletiva, da fome, da tristeza, da dor, das perdas de verduras, leite, da morte.

Nos supermercados lotados e esvaziados de alimentos, não houve saques. Houve a resignação da tragédia e o agradecimento pelo pouco que recebiam.  Ensinamento de Buda, hoje enraizado na cultura e chamado de kansha no kokoro: coração de gratidão.

Sumimasen é outra palavra chave. Desculpe, sinto muito, com licença. Por vezes me parecia que as pessoas pediam desculpas por viver.  Desculpe causar preocupação, desculpe incomodar, desculpe precisar falar com você, ou tocar à sua porta. Desculpe pela minha dor, pelo minhas lágrimas, pela minha passagem, pela preocupação que estamos causando ao mundo.  Sumimasem.

Quando temos humildade e respeito pensamos nos outros, nos seus sentimentos, necessidades. Quando cuidamos da vida como um todo, somos cuidadas e respeitadas. O inverso não é verdadeiro: se pensar primeiro em mim e só cuidar de mim, perderei. Cada um de nós, cada uma de nós é o todo manifesto.

Acompanhando as transmissões na TV e na Internet pude pressentir a atenção e cuidado com quem estaria assistindo: mostrar a realidade, sem ofender, sem estarrecer, sem causar pânico.

As vítimas encontradas, vivas ou mortas eram gentilmente cobertas pelos grupos de  resgate e delicadamente transportadas – quer para as tendas do exército, que serviam de hospital, quer para as ambulâncias, helicópteros, barcos, que os levariam a hospitais.
Análise da situação por especialistas, informações incessantes a toda população pelos oficiais do governo e a noção bem estabelecida de que “somos um só povo e um só país”.

Telefonei várias vezes aos templos por onde passei e recebi telefonemas. Diziam-me do exagero das notícias internacionais, da confiança nas soluções que seriam encontradas e todos me pediram que não cancelasse nossa viagem em Julho próximo.

Aprendemos com essa tragédia o que Buda ensinou há dois mil e quinhentos anos: a vida é transitória,  nada é seguro neste mundo,  tudo pode ser destruído em um instante e reconstruído novamente.

Reafirmando a Lei da Causalidade podemos perceber como tudo  está interligado e que nós humanos não somos e jamais seremos capazes de salvar a Terra. O planeta tem seu próprio movimento e vida. Estamos na superfície, na casquinha mais fina. Os movimentos das placas tectônicas não tem a ver com sentimentos humanos, com divindades, vinganças ou castigos. 

O que podemos fazer é cuidar da pequena camada produtiva, da água, do solo e do ar que respiramos. E isso já é uma tarefa e tanto.
Aprendemos com o povo japonês que a solidariedade leva à ordem, que a paciência leva à tranquilidade e que o sofrimento compartilhado leva à reconstrução.

Esse exemplo de solidariedade, de bravura, dignidade, de humildade, de respeito aos vivos e aos mortos ficará impresso em todos que acompanharam os eventos que se seguiram a 11 de março.

Minhas preces, meus respeitos, minha ternura e minha imensa tristeza em testemunhar tanto sofrimento e tanta dor de um povo que aprendi a amar e respeitar.

Havia pessoas suas conhecidas na tragédia?, me perguntaram. E só posso dizer: todas. Todas eram e são pessoas de meu conhecimento. Com elas aprendi a orar, a ter fé, paciência, persistência. Aprendi a respeitar meus ancestrais e a linhagem de Buda.

Mãos em prece (gassho).

Monja Coen